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biodiesel
2007-07-24
Depois de três anos de espera, a primeira usina de biodiesel montada no país, em Varginha, Sul de Minas, começará a produzir o combustível em escala industrial. O sinal verde, dado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), liberando a comercialização no atacado, segundo Alfredo Francisco Conde, presidente da Ambra Energética Ambiental, chegou no momento em que os agricultores se preparam para iniciar a colheita da safra de girassol e do nabo forrageiro. Junto com a mamona, as duas plantas são as matérias primas usadas na produção do biocombustível.

Inicialmente, trabalhando em três turnos, a usina vai produzir 5.000 litros por dia, na perspectiva de chegar, em dezembro, com uma produção diária de 30 mil litros. A produção, revelou Conde, já tem mercado certo. Além da frota da Prefeitura de Varginha, ela será vendida para a Viação Santa Terezinha, no próprio município e a uma cooperativa de micro-ônibus de Belo Horizonte. O litro deverá ser vendido a R$ 1,65, pouco abaixo do litro do diesel, cotado a R$ 1,68.

Com o mesmo rendimento que o derivado do petróleo, o biodiesel polui menos e tem a vantagem de ser mais lubrificante. A Fiat Automóveis e a General Motors estão testando o seu uso em protótipos. Assim como álcool é misturado à gasolina, a substância deverá ser misturada ao diesel na proporção, até 2008, de 2%, aumentando para 5% entre 2008 e 2013, de acordo com Lei 11.097. Quando estiver em funcionamento pleno, a unidade da Ambra em Varginha deverá saltar dos atuais 22 empregados para 50.

A expectativa maior com a geração de renda, no entanto, está no campo com a produção da matéria prima. Uma linha de crédito do Programa de Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS) do Banco do Brasil vai disponibilizar R$ 1,2 milhão para os pequenos agricultores. Em parceria com a Emater e com o apoio da Prefeitura de Varginha, com a garantia de compra da safra pela Ambra, 200 famílias serão estimuladas a plantar os grãos em uma área de dois mil hectares.

"Há cinco anos estamos incentivando os produtores de café a mesclar a mamona em suas plantações", comentou o prefeito de Varginha, Mauro Teixeira (PT). Quem apostou na cultura, começa a colher os frutos. A espécie, que tem tudo para tornar muito lucrativa, segundo ele, funciona como antibiótico nas plantações contra certos tipos de fungos que atacam o café. "A produção dos grãos é fundamental para que o projeto dê certo", enfatizou o prefeito.

Novembro é o mês de plantação da mamona. A Ambra, que recebeu a concessão da Prefeitura de Varginha para dar continuidade ao projeto, investiu R$ 5 milhões nas instalações industriais e planeja injetar mais R$ 5 milhões no primeiro trimestre em maquinários para expandir sua capacidade instalada. O retorno, calcula Conde, deverá vir em dois anos e meio.

PBH vai usar combustível nos ônibus urbanos

Potencial comprador da Ambra, a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte deverá incluir no edital de licitação para renovação da concessão do transporte coletivo, no final do ano, o uso da mistura de 5% do biodiesel no combustível pelas empresas. Segundo o vice-prefeito Ronaldo Vasconcelos, presidente do Comitê Municipal de Mudanças Climáticas e Ecoeficiência, a condicionante deverá contar pontos no processo para renovação da licença. Isto significa o consumo de 140 mil litros por mês.

Atualmente, a frota de ônibus na capital é de três mil ônibus. A Prefeitura Municipal também está tentando viabilizar a mistura em sua frota, começando pelos 500 caminhões que fazem a coleta de lixo e no serviço contratado de terceiros. Paralelamente, buscando um caminho para reduzir a emissão de CO2 na atmosfera, a prefeitura está analisando uma parceria para enviar para a usina em Varginha, o óleo de cozinha usado por suas creches e instituições, para reprocessamento.

“Há impedimentos legais, mas a procuradoria está estudando formas para implementarmos este processo com a empresa de Varginha ou Montes Claros”, revelou Vasconcelos. De acordo com estudo da Universidade Federal de Minas Gerais, o consumo individual gera 500 miligramas de óleo vegetal por mês. Só na capital são 1,2 milhões de litros que poderiam ser reciclados. Além do biodiesel, existem outros produtos derivados do processamento da matéria prima (oleagionosas), após a trituração das sementes. O farelo pode ser utilizado na fabricação de ração, a glicerina que pode ser utilizada pela indústria cosmética, odontológica.

Governo vai mudar lei para incentivar consumo

A adição do biodiesel ao diesel, cujo aumento da mistura poderá ser acelerado pelo Conselho Nacional de Política Energética, cria um mercado de 800 milhões de litros de biodiesel por ano. Isso possibilitará ganhos na balança comercial com a economia na importação de diesel mineral da ordem de US$ 160 milhões e de US$ 400 milhões, quando a mistura estiver em 5%. Anualmente são importados 6 bilhões de litros do total de 37 bilhões de litros do combustível consumido no País ao custo de US$ 1,2 bilhão.

Estimam-se ainda que para cada tonelada de biodiesel produzida sejam reduzidas as emissões de 2,5 toneladas de dióxido de carbono (CO2). Atualmente existem sete usinas em operação no país. Além da Ambra, em Varginha, o Estado conta com a Usina Soyminas, em Cássia.”A expectativa no Sul de Minas, principalmente dos pequenos agricultores, é a melhor possível”, revela o professor Pedro Castro Neto, titular da Faculdade de Engenharia da Universidade Federal de Lavras (Ufla) e de projetos agrícolas voltados para o biodiesel.

Além da mamona, outras oleaginosas como palma, pinhão manso, estão se espalhando pela região, paralelamente à intensificação dos estudos de novas tecnologias produtivas. O incentivo ao cultivo, fundamental para a produção do biodiesel, assegura Francisco Landi, superintendente da Agência de Desenvolvimento Sustentável do Sudoeste Mineiro (Adebras), é uma das prioridades que vêem sendo trabalhadas pela agência na perspectiva de fornecer a matéria prima para atender as usinas produtoras.(JS)

(O Tempo, 24/07/2007)

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