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2007-07-24
O fim de semana foi de festa na principal aldeia do povo Kuikuro, no Parque Indígena do Xingu. O evento recebeu visitantes de várias aldeias, mas não tinha a ver com o calendário tradicional da região, no norte do Mato Grosso. Comemorava a inauguração de um centro de memória e o lançamento de vídeos sobre os xinguanos ou feitos por eles.

O centro de documentação, inaugurado no doimingo (22/07), resulta de uma iniciativa da aldeia e faz parte do projeto Documenta Kuikuro, em que computadores, filmadoras, gravadores e máquinas fotográficas são instrumentos para manter a cultura.

Estamos falando de documentar uma civilização”, disse o antropólogo Carlos Fausto, um dos coordenadores do projeto. “De uma densidade comparável à das civilizações antigas. Comparando, é como se a Odisséia não tivesse sido escrita e desaparecesse na tradição oral.” O poema é uma das principais narrativas da Grécia Antiga.

Segundo Fausto, que é professor do Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o centro tem no acervo 300 horas de gravações de narrativas, rezas e conjuntos de cantos, e conta com apoio técnico do Museu do Índio, da Fundação Nacional do Índio (Funai). “Trata-se de um gesto político de dar às comunidades indígenas a possibilidade autônoma de se apropriar da magia dos brancos: a nossa tecnologia, que tanto valorizamos”, disse. “Botar a tecnologia a serviço da tradição, mas uma tradição viva, renovada.”

O cacique Afukaká Kuikuro, um dos idealizadores do centro, fala à Agência Brasil: “O índio é que sabe as histórias que tinham nossos avós – como vocês, no papel. Nós, não. Guardamos toda a nossa tradição na cabeça. Agora, a gente tem canto, mas é importante neto, bisneto, saber”.

No discurso, ele preferiu se pronunciar em sua língua natal (de modo geral, os habitantes dessa parte do parque entendem as línguas dos povos vizinhos). Foi traduzido pelo presidente da Associação Kuikuro do Alto Xingu, Mutuá Mehinaku-Kuikuro. A opção foi por uma casinha de alvenaria, em vez das clássicas malocas com cobertura de sapê, por segurança, justificou: “Se pegasse fogo, perderia todos materiais”.

O Centro de Documentação Kuikuro é financiado pelo Subprograma Projetos Demonstrativos para os Povos Indígenas (PDPI). Coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, o PDPI resulta do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG7), estabelecido na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, a Rio-92, explica a assessora técnica do ministério Maira Smith.

O PDPI apóia propostas de iniciativa indígena em toda a Amazônia”, diz Smith. “Uma das três áreas apoiadas é essa, de valorização cultural.” Segundo ela, o valor recebido pelo projeto é de R$ 99 mil, e os recursos são repassados de dois em dois meses. Ela conta que tem crescido o surgimento de iniciativas semelhantes, com cinegrafistas indígenas e documentação com vídeo. Na Aldeia Ipatse, grande parte do material foi documentado pelo Coletivo de Cinema Kuikuro, formado por jovens da aldeia com assessoria da organização não-governamental Vídeo nas Aldeias.

Imbé Gikegü – Cheiro de Pequi e Nguné Elü – O Dia em que a Lua Menstruou, duas das produções artísticas do grupo, foram exibidas em sessão na aldeia um dia antes. Os cerca de 300 habitantes da aldeia e os convidados assistiram também ao primeiro episódio da série de documentários Xingu – A Terra Ameaçada, do jornalista Washington Novaes, que já havia retratado a região em uma série de documentários veiculada em 1985.
 
(Por Pedro Biondi, Agência Brasil, 23/07/2007)
 

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