(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
biocombustíveis
2007-07-24
A crescente demanda por energia e combustíveis pode forçar a produção desses recursos a partir de espécies florestais. A afirmação é do biólogo Paulo Arruda, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e diretor da empresa de biotecnologia Alellyx Applied Genomics.

Segundo Arruda, há vários estudos sobre o uso de espécies florestais – como eucalipto, pinus e choupo – para a produção do etanol. “Hoje, o ramo da bioenergia está investindo em tecnologia para aproveitar o que sobra de outras áreas. Só na indústria do eucalipto há sobras de até 30% da produção”, disse à Agência FAPESP.

O biólogo lembra que, nos Estados Unidos, o choupo – ou álamo (gênero Populus) – é usado em pequena escala para a produção de energia, em tecnologia que poderia ser aplicada a outras espécies. No Brasil, no entanto, os estudos ainda estão começando. “Em breve, a indústria alcoolquímica vai substituir a petroquímica. Devemos estar preparados para essa mudança”, afirmou.

Para Arruda, o melhoramento genético por transgenia é uma forma de potencializar o aproveitamento das espécies florestais tanto na produção de energia como na de celulose ou de madeira. O cientista falou sobre o assunto no 5º Simpósio Internacional e Mostra de Tecnologia da Agroindústria Sucroalcooleira (Simtec), que termina nesta sexta-feira (20/7) em Piracicaba, interior de São Paulo.

Segundo ele, a transgenia depende de um investimento inicial em pesquisa básica. “É preciso conhecer o gene, saber como ele se expressa e como controlá-lo”, disse. Com essas informações, é formado um banco de dados com as características que se deseja aplicar na planta.

“O próximo passo é o desenvolvimento de tecnologia para trabalhar com esses dados e melhorar o eucalipto”, explicou. Características como tamanho das fibras, redução da lignina e qualidade da celulose, importantes para as indústrias madeireira, de energia e do papel, podem ser manipuladas geneticamente.

A lignina, por exemplo, é o composto responsável pela rigidez da parede das células vegetais. Se essa qualidade é importante para manter a rigidez do caule das plantas, é também um desafio para a exploração da celulose. Os pesquisadores da Alellyx conseguiram “fabricar” eucaliptos com 10% a menos de lignina, sem prejudicar o crescimento da planta.

“O estudo ainda está no laboratório; resta observar como esse eucalipto vai se comportar no campo”, disse. Segundo Arruda, o controle da redução da lignina deverá ter um grande impacto industrial. Serão necessários menos agentes químicos para dissolver a lignina e fazer a hidrólise da celulose, reduzindo os custos e a pressão sobre o meio ambiente.

Aumento da produtividade

Se no setor sucroalcooleiro a produtividade é medida pela obtenção de sacarose por hectare, no madeireiro calcula-se a quantidade de madeira conseguida em determinada área. Nesse cálculo, a densidade da madeira é um dos pontos fundamentais.

Segundo Arruda, já é possível controlar a densidade por meio da redução dos vasos no interior das células. A Alellyx descobriu um gene que diminui em 78% esses espaços vazios, mediante redução do número de vasos e de seu tamanho. O ganho em densidade é notável.

“Isso é inédito, ninguém encontrou até hoje uma forma de controlar esses vasos”, enfatizou o pesquisador. Nos estudos iniciais não foram constatados prejuízos ao crescimento da planta. Os pesquisadores agora devem observar como o eucalipto se comporta em campo.

Outro estudo identificou um gene que controla o tamanho das fibras, o que representou um aumento do teor de celulose em 11%. “A questão principal é saber como aproveitar ao máximo o carbono fixado por unidade de área”, disse  Arruda, contextualizando a atual discussão das mudanças climáticas. “Isso reduziria a pressão em novas áreas florestais e manteria nosso planeta habitável.”

O professor da Unicamp faz questão de destacar que, embora se ampliem as pesquisas sobre as espécies florestais, as áreas nobres devem continuar sendo exploradas para a produção de alimentos. Para a produção de energia seriam usadas áreas marginais e alternativas.

(Por Murilo Alves Pereira, de Piracicaba, Envolverde/Agência Fapesp, 23/07/2007)



desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -