A empresa Norobios deve entrar ainda este mês com o pedido de licença prévia na Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para instalar uma usina de etanol em São Luiz Gonzaga (RS). O processo é pré-requisito para que a companhia também encaminhe o financiamento da obra.
O diretor da Norobios, Régis Augusto Giovelli, informa que o investimento na usina de álcool é estimado em torno de R$ 200 milhões. A empresa tentará obter um empréstimo de cerca de R$ 150 milhões. O financiamento será negociado com o Bndes e a CaixaRS. A presidente da CaixaRS, Susana Kakuta, acredita que é possível conceder um empréstimo desse porte logo após transcorrer o processo de licenciamento ambiental.
Susana adianta que pode ser seguido o modelo de financiamento realizado com o parque eólico de Osório e com duas pequenas centrais hidrelétricas do Grupo Bolognesi, que estão sendo construídas no rio da Prata. Nesses empreendimentos, foi organizado um grupo de financiadores e a CaixaRS também efetivou o repasse de recursos do Bndes. A presidente da CaixaRS salienta que a unidade da Norobios incentivará o desenvolvimento de atividades econômicas paralelas, como a comercialização de equipamentos para o cultivo da cana-de-açúcar. Além disso, o projeto prevê a implantação de uma termelétrica, que funcionará com o resíduo da cana, e uma expansão futura.
Conforme Giovelli, a planta de São Luiz Gonzaga terá capacidade para processar 1 milhão de toneladas de cana por ano. A produção de álcool é estimada em cerca de 80 milhões de litros anuais. Parte da cana que será consumida pela usina já foi plantada em 150 hectares da região e até o início da operação, previsto para 2009 ou 2010, entre 8 mil e 10 mil hectares serão usados. "A usina será um dos fatos mais importantes da história do município", prevê o secretário de Administração, Coordenação e Planejamento de São Luiz Gonzaga, Dirson Berguemaier.
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JC-RS, 23/07/2007)