A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Moeda Verde na Câmara de Vereadores inicia hoje, às 14h30, a fase de depoimentos das testemunhas para analisar as denúncias do esquema de compra e venda de licenças ambientais em Florianópolis. O procurador-chefe do Ministério Público Federal em Santa Catarina, Walmor Alves Moreira, será o primeiro a falar aos vereadores.
A delegada da Polícia Federal Julia Vergara deve marcar presença na quinta-feira (26/07) à tarde. Afastado do inquérito pelo juiz da Vara Federal Ambiental, Zenildo Bodnar, o procurador Walmor foi quem iniciou, em maio de 2006, as investigações que resultaram na Operação Moeda Verde da Polícia Federal. O representante do MPF não pode atuar mais no caso porque o magistrado acolheu um pedido de suspeição contra ele, apresentado pelo empresário Paulo Cezar Maciel da Silva, dono do Shopping Iguatemi, e um dos 22 investigados.
Embora os vereadores tenham interesse em saber do procurador os detalhes das supostas irregularidades na liberação de licenças ambientais, alterações de leis e atos administrativos, será a oportunidade de Walmor Moreira fazer publicamente a sua defesa. Desde que a Justiça o afastou do inquérito, na semana passada, ele não se pronunciou, alegando o sigilo do processo. Moreira tenta anular a decisão do juiz Bodnar com recurso no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre.
A CPI da Moeda Verde é presidida pelo vereador Jaime Tonello (DEM). Até agora, os trabalhos tiveram foco interno, principalmente na análise de documentos enviados pela PF e de projetos de lei de vereadores citados na investigação. O prefeito Dário Berger (PSDB) também deverá ser convocado, mas ainda não há data marcada. Só em agosto a presidência da Casa levará ao plenário a decisão de abrir ou não a comissão de investigação processante contra Berger.
(Por Raquel Schiavini,
A Notícia, 23/07/2007)