O secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), Virgílio Viana, reforçou a questão da inversão benéfica de valores socioambientais no Estado do Amazonas, nos últimos quatro anos em geral, e em Manaus, em particular, no mesmo período, no que tange à relação homem-floresta.
Em palestra na Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), na manhã de quinta-feira, o secretário também apresentou quantitativos númericos que sugeriram o fato do desmatamento ser relacionado à exclusão. Cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) acompanharam a palestra.
Dados de Viana indicaram que o crescimento de 11,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado do Amazonas — sendo deste total mais de 80% decorrentes da atividade econômica em Manaus —, no último quadriênio, não favoreceu ao aumento nos índices de desmatamento no interior do Estado. Pelo contrário, fez retroceder as queimadas.
Todavia, quantitativos do Inpe mostram que, no geral, a camada florestal foi um pouco mais retirada no sul do Estado, nos últimos anos, apesar do avanço na atividade econômica do Pólo Industrial de Manaus (PIM) e das oportunidades de inclusão social terem sido alargadas.
Na palestra, Viana foi direto no mérito da relação inversamente proporcional entre o aumento da atividade econômica e a diminuição do desflorestamento, para explicar aos pesquisadores o potencial econômico-ambiental que, na opinião da SDS, possui o Amazonas como um todo.
“A floresta vale mais em pé do que derrubada”, salientou Viana, ao reforçar aquilo que já se tornou um bordão na apresentação de resultados conseguidos via SDS, no que tange o âmbito socioambiental e inclusivo das populações interioranas e da capital amazonense.
“O desmatamento só é feito por uma atitude lógica e não por burrice”, disse o secretário, referindo-se à intenção de derrubar, por parte do caboclo do Amazonas, em razão da necessidade de sobrevivência.
“A nova Lei de Mudanças Climáticas e o Sistema Estadual de Unidades de Conservação foram lançados para aprimorar a relação da sociedade com a floresta”, explicou Viana, enfatizando que, da parte do Estado, instrumentos palpáveis de combate ao desflorestamento já foram apresentados e oficializados.
Da parte do município, a Secretaria de Meio Ambiente (Semma) também tem buscado interagir via consultas públicas. Entretanto, o equilíbrio de interesses mostrou-se difícil de ser atingido a curto prazo, como foi exemplificado na última questão envolvendo a construção de um shopping center, em Manaus, da qual a prefeitura não saiu sem receber críticas.
(Por Renan Albuquerque,
Amazonas Em Tempo, 20/07/2007)