No dia seguinte à explosão de um cano de gás no centro de Manhattan, o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, voltou a garantir que o ar na região não oferece riscos à saúde da população. "Cada um dos testes que fizemos com o ar mostrou que não há amianto no ar", afirmou o prefeito em entrevista coletiva. O incidente matou uma mulher de parada cardíaca e feriu mais de 40 pessoas. Os testes de 12 amostras de ar deram negativo, segundo Bloomberg.

Também foram coletados 71 pedaços de escombros para testes--56 já estão com os resultados prontos. Bloomberg afirmou que 14 testaram positivo para fibras de amianto, mas a maioria tem apenas traços do material. Os testes continuam, mas autoridades do Departamento de Proteção Ambiental afirmam que qualquer exposição ao amianto deve ter sido rápida e que os riscos à saúde são restritos. O amianto era muito usado no passado como isolante e retardador de chama, até que se soube dos riscos que oferece à saúde --pode causar problemas respiratórios e é cancerígeno.

Apesar das garantias dadas por autoridades, a população de Nova York continuou cética sobre a qualidade do ar, após falsas garantias dadas em casos anteriores. Em um deles, a concessionária de energia Consolidated Edison admitiu ter omitido um caso de contaminação por amianto em uma região residencial, após a explosão de um cano de vapor em 1989, que matou três pessoas. Outro caso foi o de 11 de setembro: nos dias seguintes aos ataques terroristas, a Agência de Proteção Ambiental afirmou aos moradores e trabalhadores que o ar era seguro, mas amostras recolhidas na época encontraram níveis perigosos de amianto no ar.

A explosão
O incidente aconteceu no movimentado cruzamento da Avenida Lexington com a 41st Street, uma das áreas mais agitadas de Nova York, perto da estação de transportes Grand Central --onde há acesso para várias linhas de metrô e trens de subúrbio. A explosão aconteceu pouco antes das 18h (19h de Brasília), chacoalhando prédios e quebrando janelas. O jato fervente foi contido cerca de 90 minutos depois.

Uma área de seis quarteirões foi isolada por policiais usando máscaras, após testes dos escombros indicarem a presença de amianto. Autoridades em Nova York e Washington prontamente descartaram a possibilidade de se tratar de um ataque terrorista. A concessionária de energia Consolidated Edison afirmou que um cano de vapor subterrâneo explodiu. Segundo a CNN, a explosão do cano levou à posterior explosão de um transformador.

A causa da explosão do cano continua sendo investigada. Autoridades afirmam que o cano, instalado na década de 20, pode ter explodido sob extrema pressão causada pela infiltração de água fria da chuva ou pode ter sido danificada por uma interrupção no fornecimento de água. Apesar de a maioria dos prédios de Nova York usar eletricidade, uma antiga rede de canos de vapor subterrânea é usada para movimentar as turbinas da Consolidated Edison. A rede também fornece aquecimento e ar condicionado para alguns grandes prédios.
(Folha Online, 19/07/2007)