O endereço eletrônico da organização não governamental (ONG) Greenpeace (www.greenpeace.org/brasil) divulgou quinta-feira (19/07) artigo do engenheiro florestal e membro da campanha Amazônia da instituição, Marcelo Marquesini, em que o autor afirma serem duas as formas mais comuns no Brasil de se “esquentar” a madeira extraída ilegalmente de florestas naturais. De acordo com ele, as “brechas” ocorrem nas autorizações de exploração ou durante o transporte, sendo que o Amazonas não está livre de ações desse tipo, segundo o engenheiro florestal.
Quanto aos casos estaduais sugeridos, o membro do Greenpeace preferiu não citar números, apesar de ter uma opinião bastante direta sobre o tema. “Achar que isso não acontece no Amazonas é no mínimo imaturo”, declarou Marquesini, indicando a necessidade de combate do Estado à problemática. Todavia, ele afirmou que as pressões ocorrem principalmente nos Estados do Pará, Mato Grosso e Rondônia — e não no Amazonas.
“O que ocorre é que as pessoas andam com papéis falsos”, explicou o engenheiro florestal, ressaltando que existem duas formas de combater o problema. “Uma é treinar fiscais e dar condições a eles de acessarem os sistemas de controle da madeira. A segunda é ampliar a fiscalização entre os varejistas (do produto)”, declarou Marquesini.
Ele disse que a região sul do Amazonas é a área estadual onde podem ser observadas as maiores quantidades de “brechas” no sistema de controle de produtos florestais. “Os municípios de Apuí, Humaitá, Boca do Acre e sul de Lábrea são as áreas que apresentam mais casos”, denunciou ele.
O integrante da ONG divulgou dados os quais apontam que Mato Grosso, Rondônia, Pará e Maranhão são os quatro Estados que respondem por mais de 90% da madeira processada na Amazônia. Segundo ele, as atividades para melhorar o procedimento de fiscalização “não acontecem por n razões, inclusive políticas”.
“É preciso disponibilizar recursos financeiros e humanos para que o controle da exploração florestal seja realmente efetivo. Desde julho de 2006, o Greenpeace vem alertando o governo federal”, explicou, ressaltando ainda que a ONG também mantém ações de parceria com o governo estadual no contexto da Lei de Mudanças Climáticas, sobretudo no concernente à implantação do programa bolsa-floresta.
“Os três poderes, Legislativo, Judiciário e Executivo, parecem não se sensibilizar quando se fala de ilegalidade no setor madeireiro na Amazônia”, afirmou em artigo Marquesini, sugerindo uma urgente discussão do tema nas três esferas.
(Por Renan Albuquerque,
Amazonas Em Tempo, 19/07/2007)