O Rio de Janeiro, com o peso histórico de 400 anos de produção de cana-de-açúcar, se prepara para a produção de etanol — alternativa de energia renovável que desperta hoje interesse mundial. Por essa razão, no dia 26, o Grupo O DIA de Comunicação promoveu o seminário “Etanol — Do Norte Fluminense ao Mercado Global”, patrocinado pela Petrobras, que reuniu simultaneamente em auditórios em Campos e na Capital, representantes do setor sucroalcooleiro do estado, autoridades, investidores privados e empresas nteressados em participar do novo mercado.
O Brasil, segundo produtor mundial do etanol (os Estados Unidos ocupam o primeiro lugar), atrai as atenções do mundo. “Mas ainda só usamos 50% da cana plantada para a produção de 3 milhões da área colhida”, descreveu Igor Montenegro, presidente do Fórum Nacional Sucroalcooleiro, em sua participação. Para o produtor, o Rio reúne condições de abraçar o novo mercado.
O estado é hoje responsável por somente 0,8% da produção nacional, mas pode ampliar sua representatividade para até 4%, a partir de investimentos. “O Norte Fluminense, com áreas produtoras a 50 quilômetros (km)dos portos, torna o Rio um dos estados mais vantajosos para a produção com fins de exportação, em termos logísticos. Atualmente, os grandes parques produtores estão a até 2 mil km dos portos”, comparou.
Petrobras aguarda propostasA Petrobras anunciou seu interesse na exportação de etanol. A empresa está abrindo mercados e avalia parcerias com produtores nacionais e investidores privados para fechar contratos de longo prazo (15 anos). A estatal pretende construir 15 usinas visando vender etanol para o Japão, abastecer térmicas e adicioná-lo à gasolina.
Na mira da petrolífera também estão os mercados asiáticos e africanos, além dos Estados Unidos — maior consumidor e principal produtor de etanol no mundo.
Os produtores brasileiros já exportam para o país, mas sob taxas protecionistas, absorvem o prejuízo, para abrir frentes. A Petrobras já investe em novas tecnologias para ampliar a produção e iniciou diálogo com produtores de cana-de-açúcar de vários estados, mas ainda não recebeu propostas de parceria no Rio.
O padrão internacional requer um combustível limpo, em cadeia de produção limpa, tecnologicamente avançada e socialmente responsável. Segundo os debatedores, questões relevantes precisam ser encaradas de frente no estado — entre elas, a tributária, a mão-de-obra e os desafios de modernização e de infra-estrutura . “O Rio é uma região promissora. É a terra da energia brasileira. Do petróleo, do gás natural e da energia nuclear. Não pode ficar de fora deste mercado”, avisa Montenegro.
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O Dia Online, 20/07/2007)