Por Paulo Azeredo*
Protocolamos um requerimento, junto à Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, solicitando uma audiência pública na Assembléia Legislativa para tratar do projeto de Zoneamento Ambiental da atividade de Silvicultura proposto pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). Consideramos importante debater pontos como a geração de emprego e renda no setor, que está abrindo a oportunidade para a atração de novas empresas que têm interesse em se fixar no Estado, beneficiando principalmente o pequeno e o médio produtor rural.
O tema é de grande interesse para a economia e o desenvolvimento do Rio Grande do Sul. A Silvicultura fortalece a matriz produtiva rural e desempenha papel especial na diversificação de negócios nos municípios de base florestal e agrícola. É o caso da nossa região e, como plantador de acácia-negra e eucalipto, conhecemos bem a realidade do setor. Entendemos que deve ser feita uma análise das audiências públicas já realizadas em Pelotas, Alegrete, Santa Maria e Caxias do Sul, onde foi discutido o projeto de Zoneamento Ambiental. Para isso, deveria ocorrer uma audiência pública também na capital, reunindo todos os assuntos tratados.
Uma das preocupações dos produtores é com a delimitação da área de cultivo, limitado a 2% de cada propriedade para florestas. Isso inviabilizará a maior parte da produção da região, formada por pequenas propriedades. Viveiristas já estão tendo prejuízos com a dificuldade na comercialização de mudas. O jornal Ibiá mostrou muito bem a situação na reportagem "Crise no ramo de florestas exóticas afeta a região", publicada no último dia 30 de junho. Estamos engajados e atuando ativamente no Movimento Plantando o Desenvolvimento Sustentável. Pelo manifesto, os trabalhadores, empreendedores, entidades sindicais, poderes Executivo e Legislativo, envolvidos com atividades da base florestal, estão unidos e mobilizados para reivindicar uma política pública imediata para o setor florestal.
É preciso incentivar novos empreendimentos, realizar audiências públicas em locais de afinidade com a área florestal e elaborar um projeto de zoneamento com base nos aspectos econômicos, sociais e ambientais. Estaremos, em julho participando do Seminário Regional de acácia-negra, palmito e eucalipto, em Brochier. Na ocasião, serão discutidas as perspectivas de futuro, comercialização e qualidade do produto florestal. É a oportunidade de estarmos todos unidos em defesa dos interesses da nossa região e do Estado.
* Deputado Estadual
(Agência de Notícias AL-RS, 19/07/2007)