A sustentabilidade está ganhando cada vez mais espaço ao passo que acionistas, investidores e empresários criam políticas para proteger o meio ambiente, e a sociedade, criando práticas empresariais transparentes. Se a recente onda em direção a sustentabilidade é suficiente, ou muito pouco, fica para as gerações futuras discutirem, mas é pelas futuras gerações que muitos estão trabalhando. Novos estudos da Principles for Responsible Investment (PRI) e Goldman Sachs indicam que ambos os lados da cadeia da oferta e da demanda estão exigindo mais responsabilidade corporativa, e em muitos casos, estão conseguindo.
Mais de 200 investidores institucionais do mundo todo contribuíram com a PRI, uma iniciativa do Programa das Nações Unidas sobre Meio Ambiente (UNEP), mais especificamente da Finance Iniciative e do UM Global Compact. Estes grandes investidores, que representam mais de $9 trilhões, concordaram em incorporar medidas ambientais, sociais e governamentais (ESG – Environmental, Social and Governamental) em suas políticas de investimentos. A primeira pesquisa destes investidores foi publicada recentemente em Genebra, Suíça, durante o Encontro de Lideranças do Global Compact, de 5 a 6 de julho.
O "PRI Report on Progress 2007" (Relatório PRI sobre o Progresso de 2007) demonstrou que o Carbon Disclosure Project, uma organização sem fins lucrativos em que investidores institucionais e empresas dialogam sobre mudanças climáticas, atraiu muito interesse dos investidores, sendo que mais da metade dos entrevistados exigi das empresas uma padronização para o relatório das medidas ESG.
“Enquanto os participantes estão progredindo significativamente na implementação dos princípios, reconhecemos que ainda há muito a ser feito,” disse Donald MacDonald, presidente da PRI. “O que é especialmente interessante é que os participantes estão comprometidos a aumentar suas atividades de investimento responsável consideravelmente durante 2007. O relatório deste ano é o início de um processo anual contínuo que será melhorado ao longo do tempo”, afirmou ele.
Um outro relatório, da Goldman Sachs, banco internacional de investimentos com filiais em mais de vinte países, demonstrou que as empresas que possuem políticas ESG estabelecidas superaram o mercado de ações em 25% desde agosto de 2005. A Goldman Sachs ainda relatou que 72% das empresas com políticas ESG superaram seus competidores.
A Goldman Sachs estudou companhias de seis setores (bebidas, alimentos, energia, mineração e aço) e analisou as suas performances ESG, a sua posição em tendências industriais de longo prazo e seus retornos financeiros. Entretanto, uma terceira pesquisa, com executivos que participam do Global Compact, demonstrou que a implementação dos princípios ESG na prática ainda precisa de muito trabalho. A pesquisa, conduzida pela McKinsey & Company, foi concebida pra complementar a pesquisa da PRI.
A pesquisa executiva relatou positivamente que mais de 90% dos CEOs estão fazendo mais do que fizeram nos últimos cinco anos para incluir os princípios ESG nas operações empresariais. Mesmo assim, apesar de 72% dos CEOs dizerem que a responsabilidade corporativa deve fazer parte das operações de rotina, somente 50% acreditam que as suas companhias realmente o estão fazendo. Vinte e sete por cento dos CEOs acreditam que a responsabilidade coorporativa já está dentro da cadeia global de suprimentos.
“Em conjunto, estes três relatórios demonstram que para um número cada vez maior de líderes empresariais, a responsabilidade corporativa não é mais uma opção, é uma necessidade para o sucesso da competição,” disse George Kell, diretor executivo do UN Global Compact. “Ao mesmo tempo, para maximizar completamente estes benefícios e aumentar a sua vantagem competitiva no mercado global, as empresas devem adotar uma abordagem mais ampla e profunda em relação à implementação dos princípios da responsabilidade corporativa.”
(Fonte: Social Funds, Envolverde/Carbono Brasil, 19/07/2007)