A Secretaria Municipal da Educação de Cachoeirinha liberou ontem cerca de 200 crianças e adolescentes de assistirem às aulas nas escolas da rede pública municipal. Todos são moradores da Vila Olaria, localizada às margens do rio Gravataí. O secretário municipal de Obras, Jaime Pereira, solicitou a liberação dos estudantes para minimizar o contato com as águas que avançaram sobre as ruas da vila, inundaram parte das casas e deixaram a comunidade ilhada desde a semana passada. Ele disse ontem que negocia o recesso para a rede pública estadual. Um ofício foi enviado à secretaria estadual Mariza Abreu.
Cerca de 500 pessoas permanecem vivendo em suas residências na localidade. Em torno de 60 pessoas estão abrigadas no salão paroquial da Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem desde o final de semana. Jaime Pereira afirmou que ontem nenhuma nova família foi conduzida ao abrigo. A comunidade de Vila Olaria é a mais atingida entre os municípios da região.
O risco da incidência de leptospirose levou a Vigilância em Saúde a intensificar as ações de prevenção. Ratos são freqüentes entre a comunidade. A grande maioria dos moradores vive da reciclagem de materiais como papéis, plásticos e vidros. Os agentes de saúde distribuem folhetos explicativos e reforçam a necessidade de os moradores utilizarem botas de borracha. Como a maioria não dispõe do calçado, a indicação é evitar o contato com a água. A doença é transmitida pela urina do rato.
A situação se manteve estável ontem na região Metropolitana. A régua da Corsan na vila apontava o nível do rio Gravataí em 4,5 metros. O normal é 2 metros. Ao todo, choveu um total de 114 milímetros durante a primeira quinzena de julho. A Prefeitura de Cachoeirinha solicita ajuda da sociedade com alimentos, agasalhos, cobertores e fraldas.
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CP, 19/07/2007)