Com a instalação de painéis solares e o anúncio de que plantará uma floresta para compensar suas emissões de gás carbônico (CO2), o menor Estado do mundo, o Vaticano, entra na luta pela defesa do ambiente. Desde que foi escolhido, o Papa Bento XVI fez vários chamados de defesa ambiental, de modo que o Vaticano tinha que se colocar como exemplo.
Por isso, o Estado pontifício aceitou o insólito presente da empresa americana Planktos Inc. e da companhia húngara Klimafa: a plantação de uma floresta em território húngaro no ano que vem, a qual vai compensar as emissões de CO2 provenientes dos seus cerca de mil habitantes Dessa forma, o Vaticano, com um território de meio quilômetro quadrado, vai transformar-se no primeiro Estado com emissão zero no planeta. O acordo, além de servir de publicidade para as duas empresas, também vai representar uma oportunidade para o Vaticano conscientizar os outros países sobre a defesa do meio ambiente.
"Esta doação implica reflorestar uma parte de um parque nacional da Europa central. Dessa maneira, o Vaticano fará sua parte para contribuir com a eliminação das emissões de CO2 que ameaçam a sobrevivência deste planeta", afirmou o presidente do Pontifício Conselho de Cultura, o cardeal Paul Poupard. Ele acrescentou que a "proteção do meio ambiente não é uma questão política que tem que ser resolvida pelos partidos políticos, mas sim um problema ético e cultural".
As dimensões desta nova floresta no Parque Nacional Bukk, na Hungria, que se chamará "Floresta Climática Vaticana", dependerão da quantidade de gases poluentes que o Vaticano emitir em 2007. As iniciativas do Vaticano para defender a natureza também passam pela adoção da energia solar. Para servir de exemplo, o teto de concreto da Sala Paulo VI, na Cidade do Vaticano, onde são realizadas as audiências do Papa -- além de alguns concertos e atos --, será substituído por painéis fotovoltaicos para produzir energia limpa.
Os técnicos do Vaticano explicaram que estes painéis vão gerar energia suficiente para iluminar a sala e para o funcionamento de sistemas de calefação e ar-condicionado. Além disso, quando a sala não for utilizada, a energia produzida será desviada para a rede elétrica do Vaticano. Para a Igreja Católica, quem destrói o meio ambiente "comete um pecado grave", já que a prática é "um insulto a Deus".
(
G1, 18/07/2007)