Uma força-tarefa, composta por 40 homens do Ibama, do Exército, da Polícia Militar e da Polícia Federal, iniciou terça-feira (17/07) a chamada "Operação Fronteira", com o objetivo de impedir a continuidade das ações das madeireiras peruanas que vêm ultrapassando os limites da fronteira entre o Acre e o Peru e explorando ilegalmente a região do Alto Juruá. Segundo o superintendente do Ibama-AC, Anselmo Forneck, o objetivo da equipe é prender os invasores, destruir toda a madeira retirada ilegalmente do Acre, apreender os instrumentos de trabalho e destruir os acampamentos clandestinos dos peruanos.
Na terça-feira (17/07), Anselmo conta que as equipes se instalaram em acampamentos no Foz do Breu e em Marechal Thaumaturgo e em outros três locais estratégicos no meio da floresta. Nos sobrevôos, que patrulham uma área seca de 60 quilômetros na região de fronteira, alguns acampamentos de peruanos, com cerca de 50 trabalhadores em cada um, já foram encontrados. Hoje, devem ser iniciadas as prisões e apreensões das toras de madeira ilegal.
Com o suporte de dois helicópteros e três aviões de pequeno porte, a operação durará o tempo necessário para concluir o seu objetivo, conforme informou o superintendente.
A deflagração da Operação Fronteira aconteceu após o último sobrevôo realizado pelo Ibama, com a presença de lideranças ashaninkas, no último dia 2. No monitoramento, foi constatado que cerca de 200 trabalhadores uniformizados de uma madeireira do Peru, equipados com tratores e maquinário pesados, trabalhavam na ampliação de uma estrada clandestina, rumo à margem esquerda do Rio Juruá, e na retirada de uma enorme quantidade de madeira do lado brasileiro, invadindo terras indígenas e desmatando a reserva extrativista do local. Naquela ocasião, os índios enviaram uma carta ao Itamaraty pedindo providências urgentes do governo brasileiro.
(Por Maíra Martinello,
A Gazeta / Amazonia.org, 18/07/2007)