O mercado imobiliário na capital está em alta, mas se por um lado isso ajuda na economia local, por outro obriga moradores de quase todos os bairros da cidade a conviver com o barulho e com a metralha diariamente. Enquanto as empreiteiras se apressam em subir prédios, os vizinhos das obras vivem com o ruído de máquinas pesadas e com o pó de terra e cimento em suas casas.
O Portal Correio flagrou algumas obras de construção de prédios pela cidade de João Pessoa que não respeitam os horários em que é permitido fazer barulho nem os limites máximos. Foi possível verificar também que algumas regras de segurança não estão sendo respeitadas.
Numa obra no bairro de Tambaú, o Portal comprovou a movimentação de caminhões e geradores de energia, todos muito ruidosos, tanto antes como depois do horário comercial. Segundo os moradores da região, nos dias de subir concreto até os pisos mais altos dos prédios em construção, as máquinas só param os trabalhos após as 20h.
As empresas responsáveis pelas obras contam com falta de fiscalização e se aproveitam do pequeno efetivo da Secretaria de Meio Ambiente (Semam), que, com apenas um veículo durante a semana e dois nos fins de semana, não conseguem dar conta de todos os chamados do disque denúncia (0800 281 9208).
Segundo o secretário Antônio Almeida, a Semam recebe em média 1.500 denúncias por mês das quais 70% são de poluição sonora. Os moradores da rua dizem que chamam a Semam, mas que o serviço demora tanto a chegar que muitas vezes não consegue flagrar o autor da infração.
Antônio Almeida explicou que a Secretaria, quando chamada, notifica o causador da poluição sonora e, em caso de reincidência, pode autuar e multar a pessoa ou estabelecimento em até cinco mil reais e lembra: "Em áreas residenciais, o nível máximo de ruído é de 55 decibéis durante o dia e de 45 decibéis durante a noite. Em caso de obras, é preciso respeitar o horário comercial".
(Por Maurício Mello,
Correio da Paraíba, 17/07/2007)