As margens do Guaíba, ao longo da avenida Diário de Notícias, em Porto Alegre (RS), foram transformadas em lixão. Na altura do número 998 da via, onde o arroio Cavalhada se encontra com o Guaíba, existe um aterro com espaço suficiente para entrada e descarga de caminhões que ali despejam todo o tipo de dejetos, desde lixo doméstico até restos de construção. O crime ambiental é agravado pelos moradores da vila, que também utilizam o local como depósito e fazem o mesmo na extensão do leito do arroio, 'decorada' por sacos de lixo, garrafas PETs, pneus e plásticos. Além de poluir a margem, o lixo contamina a água captada por uma das estações do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), destinada ao abastecimento da população de Porto Alegre.
O diretor em exercício da Divisão de Coleta e Limpeza do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), Régis Galvão, confirmou que o local é um dos pontos críticos da Capital. Segundo ele, equipes do DMLU vão ao local até duas vezes por dia para coletar o lixo depositado de forma irregular na margem do Guaíba. Galvão disse que focos de lixo são uma das maiores preocupações do DMLU. Para punir os infratores, basta denunciar a placa do caminhão que está despejando lixo irregularmente em qualquer lugar da cidade.
De acordo com artigo 43, inciso 3º do Código de Postura do Município, o condutor do veículo que for flagrado cometendo esse tipo de infração será multado em 118 UFM (unidade equivalente à Ufir, que atualmente vale R$ 2,1344).
No entanto, o morador das margens do Guaíba há três meses Noemar Antônio, de 53 anos, afirmou que os caminhões despejam dejetos no local a qualquer hora do dia ou da noite. 'Eles largam tudo que é tipo de lixo aqui', denunciou ele, que cuida de um barco e, portanto, é obrigado a viver no meio do lixo.
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CP, 18/07/2007)