As chancelarias de Bolívia e Brasil estão coordenando uma reunião "técnica", para este mês, para analisar a decisão brasileira de construir duas usinas hidrelétricas no Rio Madeira, informou nesta terça-feira (17/07) o ministro boliviano das Relações Exteriores, David Choquehuanca.
"Conversamos com o embaixador do Brasil na Bolívia (Frederico Cezar de Araujo) e estamos coordenando uma reunião técnica com o Ministério da Água e a Chancelaria", afirmou o chefe da diplomacia boliviana.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) concedeu uma licença preliminar para a construção das duas usinas em Santo Antonio (3.150 MW) e Jirau (3.300 MW), o que tem provocado temores no governo de La Paz pelos danos que podem causar ao Meio Ambiente.
Choquehuanca solicitou semana passada ao chanceler brasileiro, Celso Amorim, uma reunião urgente para discutir a autorização ambiental concedida para a construção das represas, pois a de Jirau ficaria a 50 km da fronteira com a Bolívia.
O Brasil respondeu, por intermédio de Celso Amorim, que está disposto a dar informações a Laz Paz sobre suas preocupações ambientais com as duas represas, mas não aceitará suspender o projeto.
O ministro Choquehuanca disse que vai continuar insistindo numa reunião de mais alto nível. O Rio Madeira é um dos principais afluentes do Amazonas. Nasce da junção dos rio Beni e Mamoré na Bolívia e marca a fronteira entre os dois países.
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Estado de Minas, 17/07/2007)