O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem (17/07) que o Brasil insistirá na política de biocombustíveis mesmo com as críticas à produção desse combustível.

Lula disse acreditar que essa é a forma mais eficaz para a redução da emissão de gás carbônico na atmosfera.

"Podem chorar. Podem brigar. Podem contestar. Podem contar mentiras sobre o Brasil, mas será inexorável. Nos próximos 20 anos [o biocombustível] será uma realidade no planeta Terra", afirmou o presidente.

Ele lembrou que isso não significa que o petróleo deixará de ter a importância que tem hoje, e por isso mesmo a Petrobras continuará investindo nessa área, mas que os biocombustíveis são importantes para a redução da emissão de poluentes.

"A utilização de biocombustíveis é a forma mais eficaz para reduzir a emissão de gás carbônico. (...) Ambientalmente é a mais correta e como distribuição de renda eu acho que é a saída mais correta."

O presidente aproveitou ainda para rebater as críticas de que a opção pelos biocombustíveis poderia reduzir a área plantada de outros alimentos, reduzindo a oferta de produtos à população. De acordo com Lula, dos 450 milhões de hectares que possuem produção agrícola, as plantações de cana-de-açúcar ocupam apenas 1%.

"As 850 milhões de pessoas que passam fome não passam porque inexiste alimentos, e sim porque inexiste a renda. Estamos produzindo cada vez mais em uma área menor", respondeu aos críticos.

No entanto, o presidente admitiu que é necessário discutir a situação dos trabalhadores que estão nas plantações de cana para dar a eles uma condição de trabalho mais humana. Admitiu também que a opção por biocombustível tem uma pressão sobre o preço dos alimentos.

Desenvolvimento Limpo
Hoje, o Ministério do Desenvolvimento firmou com uma série de entidades um protocolo de ações que serão feitas neste ano, que é o Ano do Desenvolvimento Limpo.

O objetivo é adotar ações que reduzam as emissões de poluentes e o efeito estufa. Para isso, o protocolo irá promover os mecanismos de desenvolvimento limpo (MDLs) e a realização de cursos de capacitação voltados para o setor produtivo.

(Por Ana Paula Ribeiro, Folha Online, 17/07/2007)