O etanol pode ser uma fonte de geração de renda como energia alternativa para o Rio Grande do Sul? Na resposta desta pergunta podem estar investimentos de R$ 3 bilhões no Estado, entre a implantação de unidades industriais e a incorporação de área para a produção de cana-de-açúcar, cuja necessidade é de 200 mil hectares. O RS importa anualmente R$ 10 bilhões em energias – gasolina, óleo diesel, álcool, GNV, GLP, etc.
O Estado se destaca na geração de diversos tipos de energia: biodiesel, biomassa, pequenas centrais hidroelétricas, energia solar, e o recém inaugurado parque eólico em Osório. São empreendimentos importantes, mas cuja geração de emprego ocorre de forma temporária, quando da instalação dos projetos. Precisamos de geração permanente de empregos!
O etanol obtido a partir da cana-de-açúcar tem capacidade de envolver cerca de 40 mil famílias de agricultores gaúchos em seu processo de produção e a possibilidade de instalação de 2 mil pequenas usinas, além de outra dezena de grandes destilarias. Além do que, com a descoberta recente feita pela empresa Braskem, que anunciou o "primeiro polímero verde certificado do mundo", feito a partir do álcool de cana-de-açúcar, é possível produzir plástico em escala industrial, sem uso de petróleo.
O RS tem a oportunidade de disputar uma planta de alcoolquímica, abrindo um grande mercado consumidor. As potencialidades são inúmeras, os questionamentos também! Em especial por parte do setor de produção, que tem potencial e capacidade para produzir, mas precisa de acesso a pesquisa, assistência técnica e mercado com preços compensadores. Para aprofundar este debate, a Assembléia Legislativa estará promovendo no dia 2 de agosto o Seminário, Cana-de-açúcar, Álcool e Etanol: o Rio Grande do Sul como Potência Energética. Se por um lado não podemos perder o trem da história, por outro precisamos saber minimamente: onde podemos chegar?
(Por Heitor Schuch*(PSB),
Agência de Notícias AL-RS, 17/07/2007)
*Deputado Estadual