Ganhos em relação à durabilidade pode reduzir a necessidade de novos cortes das árvoresO crescimento dos setores ferroviário, do agronegócio, elétrico e da construção civil no país resulta em maior demanda por madeira. Isso faz com que, atualmente, 650 mil hectares de florestas sejam destruídas a cada ano e apenas 525 mil repostos.
Para solucionar este déficit, que provoca o desaparecimento de 125 mil hectares por ano de árvores, especialistas apontam que uma das saídas seria aumentar o volume de madeira tratada no Brasil. Segundo dados da Universidade Federal de Viçosa, apenas de 3% a 5% das madeiras comercializadas hoje no Brasil recebem tratamento adequado, antes de serem utilizadas. Já nos Estados Unidos, o maior fornecedor do mundo em produtos florestais com matas nativas preservadas, este índice chega próximo a 90%.
Para o diretor de Assuntos Regulatórios, Coating e Preservação de Madeira da América Latina da Arch Química, Arnaldo Machado, esta situação é principalmente reflexo do preconceito quanto ao uso de madeira tratada, principalmente na construção civil, da falta de conhecimento dos usuários sobre as suas vantagens, do custo devido 'a falta de pronta oferta no mercado e de normas e especificações. "O Brasil continua carente de informações e de adequadas normas técnicas. Vale notar que as normas estrangeiras adaptadas nem sempre são adequadas para situação nacional", avalia.
De acordo com Machado, o percentual de madeira tratada seguramente poderia levar a uma redução do aumento do uso de madeira nativa. Isso porque a madeira não tratada pode durar de meses a poucos anos, dependendo da exposição ao ambiente, enquanto a preservada pode durar décadas, competindo, com vantagens de custo, com a madeira proveniente de fontes não-renováveis.
Atualmente, a madeira tratada é usada basicamente para confecção de três produtos: postes, moirões e dormentes.
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Envolverde/Assessoria, 17/07/2007)