O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) chegou às comunidades indígenas de Paraty, no sul fluminense, para colher informações para ao Censo 2007, que inclui a contagem da população e o Censo Agropecuário. Localizadas em áreas de mata atlântica e litorâneas, as aldeias são as primeiras visitadas no Estado do Rio de Janeiro pelos recenseadores do instituto.
Estão sendo ouvidos moradores de cidades com até 170 mil habitantes (caso de Paraty) e 21 cidades acima desse limite em estados nos quais apenas um ou dois municípios o excedem. Já o Censo Agropecuário prevê visita a todos os 5,7 milhões de estabelecimentos agropecuários do país. A coleta de dados para o Censo 2007 deve ser concluída neste mês.
Segundo a chefe do posto de recenseamento do IBGE em Paraty, Betina Campagni, as pesquisas iniciais apontam que os índios guarani do local vivem basicamente da agricultura de subsistência e do extrativismo de bambu e madeira para o consumo de fogões a lenha.
"Na agricultura, os destaques ficam para o milho e aipim, que são cultivados no meio da floresta de forma sustentável", explicou Campagni. Ela informou ainda que as aldeias da região consomem cerca de 1 metro cúbico de madeira por dia. "Muitos dessas informações, contudo, são estimativas, porque os indígenas têm dificuldade de mensurar produções agrícolas e as atividades de extrativismo", disse.
O IBGE está entrevistando moradores de duas aldeias demarcadas de Paraty: a de Araponga e a de Paraty-Mirim. E de duas outras comunidades, Rio Pequeno e Mamanguá. Nessas aldeias vivem cerca de 256 indígenas da etnia Guarani, a maioria em casas de pau-a-pique.
De acordo com o último Censo Demográfico, em 2000 viviam no Brasil cerca de 735 mil índios, representando em torno de 0,4% da população brasileira.
(Por Aline Beckstein, Agência Brasil, 17/07/2007)