O deputado Berfran Rosado (PPS) idealizou seminário, que ocorreu nesta terça-feira (17/07) na CaixaRS, com o tema "O papel dos agentes financeiros na preservação ambiental" . O evento teve a parceria da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e passará a integrar o Circuito de Encontros CaixaRS. A palestrante Telma Marques Carvalho, que é procuradora federal em atuação junto ao Ibama, doutora em engenharia ambiental e professora em cursos de graduação e pós-graduação, abordou aspectos da gestão ambiental empresarial e os instrumentos preventivos a que o financiador deve atentar quando da concessão das linhas de financiamento, pois, caso o agente financiado não cumprir com as normas, critérios e padrões especificados pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente, o organismo de crédito é responsabilizado junto com o financiado por dano ambiental.
Segundo Telma, a Febraban divulgou, recentemente, que dos 115 bancos associados à federação, 45% têm gestão ambiental implantada; 50% possuem profissionais especializados em riscos e oportunidades na questão ambiental; 63% praticam ações para reduzir seus resíduos e outros 63% acompanham a destinação do seu lixo. Mais de 70% dos bancos associados têm controle de economia de energia elétrica, enquanto mais de 60% têm ações para economizar água e 33% realizam auditoria na gestão ambiental. Para a doutora em engenharia, os números são impressionantes e mostram que o setor já tem a consciência da responsabilidade ambiental.
Berfran ficou satisfeito com a participação e aproveitamento no debate por parte dos bancos de fomento público. "A gestão ambiental é uma realidade. Assim como as empresas, que adotam o ISO 14000, também os organismos de crédito devem ter responsabilidade sobre o que está sendo financiado". O público-alvo do seminário foram os analistas de linhas de financiamento da CaixaRS, BRDE e Banrisul.
A engenheira ambiental destacou o papel do agente financiador, que hoje é um dos atores na questão ambiental, já que ele, antes da concessão do financiamento, deve valer-se de vários instrumentos preventivos, tais como o licenciamento ambiental, a avaliação ambiental, auditoria ambiental, entre outros. Telma enfatizou que os bancos devem monitorar a aplicação dos recursos disponibilizados ao longo do financiamento. Se o agente financiado deixar de cumprir o cronograma, o financiador pode suspender o contrato. Telma informou que os bancos já estão começando a utilizar manuais de impacto ambiental, onde elencam os empreendimentos e o tipo de licenciamento. O analista deve abonar o processo, de acordo com o manual. Para cada tipo de empreendimento, há uma lista com as regras e ações a cumprir.
(Por Lurdes Nascimento, Agência de Notícias AL-RS, 17/07/2007)