Você pode não ter percebido (se você freqüenta praias você percebeu), mas existe um enorme número de águas-vivas no mundo. Além de invadir praias, as criaturas obstruem canos de entrada de água do mar em instalações de energia e outros tipos de danos em portos e indústrias costeiras. Remover água-viva é um grande negócio, mas cria um novo problema: o que fazer com os restos das águas-vivas? Pesquisadores no Japão criaram uma solução em potencial.
Akiko Masuda, do Instituto de Pesquisa Química e Física em Saitama, e seus colegas, extraíram previamente uma glicoproteína desconhecida – uma seqüência repetitiva de aminoácidos com açúcares junto – de águas-vivas. O composto é um tipo de mucina, uma substância gelatinosa que retêm umidade secretada por animais (é o componente principal da saliva e muco humano, por exemplo), e pode ter uso em cosméticos, como aditivo de alimentos ou em produção de remédios. Como a mucina da água-viva tem uma estrutura mais simples do que outras mucinas, ela pode ser usada como um bloco de construção para criar mucinas personalizadas com antibióticos ou outras propriedades específicas.
Os pesquisadores, que relataram suas descobertas no The Journal of Natural Products, extraíram a mucina de várias espécies, incluindo a medusa-da-lua (Aurelia aurita, uma das mais abundantes no mundo) e da Nemopilema nomurai, uma das maiores que chegam a medir 1,83 metro de diâmetro e 204 quilos. Eles descobriram que a mucina é feita de 3% do peso seco da água-viva. Portanto há um número enorme de mucina no mundo também.
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The New York Times, 17/07/2007)