Lixo é tudo aquilo que não se quer mais e que se joga fora. Na teoria, essa é a definição mais comum para o que se encontra nas ruas e latas de lixo. Na prática, esta definição nem sempre condiz com o que é jogado fora, principalmente em tempos de Pan. Para os garis, por exemplo, lixo quer dizer oportunidade, já que lucram com as horas extra de trabalho.
- Os garis costumam trabalhar no verão, por causa do grande volume de turistas na cidade, e tiram férias no meio do ano. Este ano, estamos contando com um esforço especial dessas pessoas, que aceitaram intensificar a rotina de trabalho durante o mês de descanso. Sabemos da importância do Pan para a auto-estima do Rio e dos cariocas - observa Edson Rufino, diretor da Comlurb.
As pistas de Copacabana, por onde passaram os atletas do triatlo no domingo, são exemplos da rapidez e eficiência com que estes profissionais têm cuidado da cidade. Elas foram entregues totalmente limpas à população duas horas depois do fim do evento. O trabalho foi realizado por 16 garis que removeram 1,5 tonelada de lixo. Normalmente, o número de garis relacionados para limpar a orla depois de um fim de semana de praia é de apenas 10. Isso representa um acrécimo de 60% para garantir a limpeza completa dos locais de evento.
- É ótimo saber que nós estamos dando conta da demanda e ajudando a manter a cidade maravilhosa. Mas seria ainda melhor se a população se conscientizasse, não jogasse lixo no chão, e que nós pudessemos manter o contingente normal nas ruas - comenta o gari Régis Cardoso de Paula.
A Guarda Municipal (GM) também teve trabalho em cinco dias de Pan. Foram 135 ocorrências registradas do dia 12 até ontem, 48 delas apenas nos locais de competição. A apreensão de mercadorias vendidas por ambulantes irregulares foi a principal ocorrência, com 49 no total - 12 delas nas áreas do Pan. A Guarda possui 700 profissionais diariamente nas ruas. Até o fim dos Jogos, serão cerca de mil atuando nas ruas do Rio.
(Por Felipe Murta,
Jornal do Brasil, 17/07/2007)