O interesse pelo álcool e a necessidade de aumentar sua produção fazem surgir (ou ressurgir) novas tecnologias e usos para o produto.
É o caso da indústria alcoolquímica, abandonada no país com a derrocada do Proálcool. A Braskem, maior petroquímica do país, vai produzir a resina plástica polietileno (usada em embalagens flexíveis) a partir do álcool.
Projeta investir de US$ 70 milhões a US$ 100 milhões numa unidade para produção de até 200 mil toneladas, segundo o vice-presidente de insumos da companhia, Manuel Carnaúba. Ao todo, a companhia produz 1,8 milhão de toneladas da resina.
O insumo convencional do setor é a nafta, derivado de petróleo. Com a nova técnica, o etanol substitui a nafta. Diante dos preços atuais do óleo na faixa de US$ 70, Carnaúba diz que o álcool é "bastante competitivo". Outra revolução em curso é a produção de etanol a partir de celulose. Liderados pelos EUA, estudos indicam que a produção a um custo viável será possível em 2010.
Carnaúba acredita que a produção a partir da celulose vá reduzir o preço do produto. Desse modo, impulsionará ainda mais a alcoolquímica. Diz, porém, que o projeto do "polietileno verde" será feito independentemente dessa nova tecnologia.
A Petrobras já pesquisa a tecnologia em uma unidade-piloto -no país, o bagaço e a palha da cana-de-açúcar poderão servir como matéria-prima.
(Por Pedro Soares,
Folha de S. Paulo, 17/07/2007)