O maior motivo para o governo acelerar o andamento do leilão é, mais que o risco de apagão, a necessidade de haver sincronia na entrega das usinas e das linhas de transmissão.
Um eventual atraso no cronograma das linhas de transmissão poderia gerar um prejuízo de grandes proporções à empresa que ficar responsável pela construção da usina: começaria a produção de energia, mas não teria linha de transmissão para distribuí-la, sendo impedida de comercializar e obter retorno do investimento.
A energia gerada pelas usinas será entregue em Porto Velho (RO) e de lá será enviada para Araraquara, no interior paulista, por meio de uma linha de transmissão, de 2.500 km, a ser construída.
O leilão da linha está previsto para o primeiro semestre de 2008. O cronograma da licitação, no entanto, não foi iniciado, o que provoca mais uma incerteza às interessadas no projeto do rio Madeira, diz João Canellas, da Camargo Correa. "[O edital] até hoje não está previsto. É um ponto que assusta."
(Por Denise Brito,
Folha de S. Paulo, 17/07/2007)