O que era um problema ambiental grave se transforma, aos poucos, numa alternativa econômica sustentável ambientalmente correta. Em Alto Paraguai (218 km a Médio-Norte de Cuiabá), buracos de garimpo de diamante dão lugar à produção de peixes com o apoio do Governo do Estado. Numa área de 100 hectares de lâmina d’água a meta é produzir 302 toneladas (t) de peixes (há potencial para 500 t) onde cada consorciado utiliza de 1 a 3 hectares. Juntas, mais de 20 famílias envolvidas em quatro consórcios já criam 42 mil alevinos em 40 tanques naturais.
De economia exaurida com a decadência previsível insustentabilidade do garimpo, a piscicultura desponta no Município como um ‘player’ de mercado no Médio-Norte. A mudança começou a partir da assistência técnica oferecida pelo Governo, através da Empaer, e já estende para outros parceiros como o Sebrae, por exemplo. “O que queremos é transformar essa atividade econômica rentável e ambientalmente envolvendo o maior número possível de famílias”, disse o secretário-adjunto de Projetos Estratégicos e coordenador do Programa MT Regional, Neurilan Fraga, em visita neste fim de semana à região.
Na localidade de Diamante Azul, a 4,5 quilômetros do centro de Alto Paraguai, ‘crateras lunares’ vista do alto mais parecem um queijo suíço. É o resultado dos chamados catreados (áreas de garimpo). Agora, o Governo do Estado com o apoio do Governo Federal vai recuperar a vegetação local com plantio de mudas e projetos de terraplanagem. “O objetivo é revitalizar a área e melhorar a aparência”, disse o secretário.
Para tanto, o Governo do Estado fez a doação de 3 mil litros de óleo diesel para dar início aos trabalhos de terraplanagem na área de garimpo explorada a partir de 1935. O projeto foi apresentado em Brasília aos Ministérios do Meio Ambiente, Desenvolvimento Agrário e Integração Nacional. A partir deste contato, técnicos virão a Mato Grosso avaliar a situação no Município com vistas à liberação de recursos. “É justamente isso que queremos: fixar o homem no campo e dar condições de trabalho àquilo que nós já temos como alternativa econômica de renda”, disse o presidente da Associação dos Produtores Rurais da Sede de Alto Paraguai (Aprasa), Jurandir Ferrer de Figueiredo.
(Por Nelson Francisco,
24 Horas News, 16/07/2007)