A Polícia Federal negou que haja qualquer ação de guerra planejada para ocorrer na reserva indígena Raposa Serra do Sol. Segundo a agência Radiobrás, o superintendente da Polícia Federal em Roraima, Cláudio Lima de Souza, não confirma a informação e diz que iniciará um inquérito policial para investigar a questão no órgão federal. Ele garantiu que não existe nenhum planejamento sobre a suposta operação, mas que a polícia federal pode entrar em ação, se houver uma ordem legal da presidência da república, por exemplo.
"Desconheço essa informação. Já mandei instaurar um inquérito policial para apurar a veracidade dessa informação e descobrir que policial federal que tem esse conhecimento e não passou isso para mim. Se o nosso diretor-geral, o Ministério da Justiça ou o presidente da República determinar a ação da Polícia Federal, vamos entrar em ação, mas neste momento não há nenhum de nossos homens no local para retirar ninguém\". Atesta Souza.
A reserva indígena Raposa Serra do Sol foi homologada pelo governo federal em 2005. Além dos mais de 18 mil indígenas das etnias Macuxi, Wapixana, Ingarikó, Taurepang e Patamona, o local abriga produtores rurais, pecuaristas e até usinas de arroz. Os confrontos começaram há dois anos, quando a homologação da terra indígena determinou a saída dos moradores não-indios. De acordo com a Associação dos Arrozeiros de Roraima, a produção de arroz na reserva Raposa Serra do Sol é responsável por 25% do PIB estadual e emprega pelo menos oito mil pessoas direta e indiretamente. Contudo, a homologação dá direito aos índios ao território.
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Folha de Boa Vista, 16/07/2007)