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queimadas desmatamento
2007-07-17
Apesar de toda a fiscalização ágil dos órgãos competentes, dois pontos destacam Rondônia no que se diz respeito aos focos de queimadas registrados e as áreas de desmatamento.  As regiões de Ponta do Abunã e Vilhena concentram quase que a totalidade das queimadas esse ano.

Julho caminha para um dos meses mais agravantes em Rondônia, com relação ao desmatamento e consequentemente as queimadas.  Do dia 1° até ontem (14), os dados dos satélites que varrem a atmosfera a todo instante e repassam as observações ao INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostram dois pontos cujo poder de destruição encontra-se muito elevado.

O primeiro é no sul do Estado, região de Vilhena.  A abertura de novas áreas para o plantio de soja e a queima para renovação de pastagem revelaram nesses primeiros 14 dias de julho, um numero assustador de queimadas.  Segundo informações do próprio INPE, mais de 40 focos de queimadas foram registrados no Cone Sul, no chamado “polígono do desenvolvimento”, entre os municípios de Vilhena, Colorado d’ Oeste, Corumbiara e Chupinguaia.  Nesse ponto estratégico do Estado, tanto o número de queimadas, quanto a visão da vegetação atual coloca uma pergunta em questão: Em caso de desequilíbrio ecológico, como já ocorre em alguns pontos próximos à cidade de Vilhena.  Em questão, os formadores e levantadores da bandeira do progresso e desenvolvimento chegam a pensar em tal desastre num futuro não muito distante?  Vilhena não é abastecida por rios, como em outras cidades rondoniense.  A totalidade de água consumida na cidade provém de poços artesianos controlados pelo SAAE (Serviço Autônomo de Águas e Esgotos).  Só que todos os anos, justamente no período da seca, diversos são os bairros da cidade que ficam a mercê da falta d’ água, justamente porque o volume concentrado no lençol freático diminui.  Temos que colocar na balança também, que o consumo de água nesse período do ano por parte da população aumenta e muito.  Sempre vemos aqueles que jorram água nos quintais e até no meio da rua para apagar a poeira.  Temos que fazer uma breve análise do que sustenta um lençol freático relativamente raso na região de Vilhena.  São as águas pluviais, aquelas que provêm das chuvas no inverno amazônico.

A cada ano o vilhenense tem notado a drástica redução do volume de chuvas na região e também todos os anos mais e mais pessoas sofrem com a falta de água nas torneiras.  Some isso ao crescente inchaço da população, na cidade que mais cresce em Rondônia, com base em dados do IBGE.  Haverá um tempo, que o vão pensamento daqueles que agora glorificam as conquistas pelas tantas toneladas de soja colhidas, as inúmeras arrobas que estampam o Estado, como um dos maiores produtores de gado do Brasil, que no pesar da balança de todo esse auge de agora, do progresso revertido em curto prazo, à falta de água potável ecoará a um som terrível.

Não estão promovendo um desenvolvimento equilibrado em Rondônia.  Plantar soja se faz necessário, expandir a criação de gado de corte e a bacia leiteira é mais do que necessário, é essencial tanto para a riqueza do Estado, como na geração de novas fontes de trabalho, desde que tudo seja planejado.  Não há um estudo sequer de impacto em uma área de derrubada.  A sociedade em si, só houve a palavra impacto ambiental quando uma grande obra é realizada, como agora no caso da construção das hidrelétricas do Madeira.  A região do Cone Sul de Rondônia praticamente já está savanizada, em virtude do desmatamento que vem ocorrendo desde a década de 1980.  Reverter à situação, isso hoje já é impossível, mas pelo menos frear ou liquidar o processo impensável das autoridades que sempre levam a bandeira do progresso, isso sim se faz necessário no hoje, no presente.  Se esse ritmo de desenvolvimento prosseguir não só na região de Vilhena, como em grande parte de Rondônia, o bem mais precioso não demorará muitos anos para custar caro no bolso de todos.  Lembre-se que estamos na Amazônia, o lugar concentra-se boa parcela da água doce disponível no mundo, mas tenha em mente também que o nosso subsolo é muito frágil e na maioria das vezes quando agredido, não tem mais retorno.  Isso é uma questão a se pensar daqui por diante e não apenas acompanhar os dados previstos para o amanhã.

(Por Daniel Panobianco, Rondonoticias, 16/07/2007)


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