O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse na segunda-feira (16/07) que vai pressionar o presidente dos EUA, George W. Bush, a respeito da mudança climática durante o encontro entre ambos na terça-feira em Washington. Ban também disse que Darfur, Iraque e Oriente Médio serão temas importantes de sua visita, durante a qual o sul-coreano deve encontrar também membros das comissões de Relações Exteriores da Câmara e do Senado dos EUA.
"Todo o conjunto de questões será discutido entre mim e o presidente Bush --questões geopolíticas, questões climáticas, reforma da ONU e também as verbas necessárias por parte dos Estados Unidos para as operações de paz", disse Ban em entrevista coletiva. A respeito da questão climática, ele disse: "Gostaria de discutir esse assunto com o presidente Bush e esperaria que o presidente Bush e o governo norte-americano sejam representados no nível mais alto possível (numa conferência climática convocada por Ban para 24 de setembro)."
A mudança climática é um assunto polêmico em vários governos, incluindo o de Bush, que tem combatido a imposição de metas obrigatórias nas emissões de gases do efeito estufa. "A participação norte-americana é crucialmente importante", declarou Ban, dizendo-se otimista com as recentes iniciativas climáticas de Bush apresentadas na cúpula do mês passado do G8, na qual líderes mundiais aceitaram em princípio reduções substanciais nas emissões dos gases responsáveis pelo aquecimento global.
Até agora, as conferências climáticas anuais da ONU apresentaram poucos progressos na preparação de um novo tratado que substitua o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012. Ban disse torcer para que o encontro de setembro gere "uma forte vontade política" antes de um encontro ainda mais importante, a Convenção da ONU para a Mudança Climática, em dezembro, em Bali (Indonésia), onde a ONU pretende iniciar as negociações formais para um novo tratado.
O secretário-geral também deve discutir com Bush as verbas para operações de paz, que estão atrasadas, o que pode prejudicar as missões em lugares como Darfur e Haiti. O pacote que tramita no Congresso aponta para um déficit de 500 milhões de dólares, segundo uma avaliação da ONU sobre suas necessidades no próximo ano. Além disso, Washington deve mais de 1 milhão de dólares em taxas administrativas à ONU.
(Por Cláudia Parsons, Reuters /
Estadão, 16/07/2007)