O projeto social Soma Sogal teve neste sábado novo encontro, desta vez debatendo temas ambientais. A iniciativa enfatizou ações e planos do município para lidar com o lixo e a situação do aterro sanitário. A comunidade que assistiu à palestra recebeu mudas de árvores e orientações sobre cultivo, no ginásio ao lado da Praça Três de Maio, no bairro Mathias Velho, em Canoas (RS).
Há cerca de um ano e meio, a empresa de transporte passou a fazer mutirões de limpeza da praça regularmente. O evento, inclusive, ocorreria na praça, mas o mau tempo obrigou a levar a palestra ao lugar coberto. Na ação, houve a distribuição de mudas de plantas nativas pelo Departamento de Praças e Parques da Secretaria Municipal de Preservação Ambiental (Sempa). “A cobertura vegetal faz parte desse projeto de conscientização ambiental”, enfatizou o engenheiro agrônomo da Sempa, Fernando Ferrari, observando que o departamento já entregou mais de 30 mil mudas esse ano. O motorista Clóvis Rodrigues, 53 anos, recebeu plantas e dicas sobre cuidados. “Esse é o legado que deixaremos às próximas gerações”, observou.
Na palestra, foram explicados o tratamento dos resíduos da cidade e as conseqüências do seu uso indevido a curto prazo. Conforme a equipe da Sempa, o aterro sanitário de Canoas está perto do final da sua vida útil. Segundo relataram, o depósito tem apenas mais um ano de atividade devido a sua exaustão. “Se não nos agilizarmos, em pouco tempo não haverá onde colocar o nosso lixo”, frisou o diretor do Departamento de Desenvolvimento Econômico do município, Paulo Ricardo Patricio. Ele ainda advertiu que, caso a cidade não consiga lidar com a demanda, poderá ter o aumento da taxa do lixo para o seu transporte até outras cidades. A comunidade pode ajudar, separando o lixo seco do orgânico e o encaminhando para reciclagem.
Projetos buscam reduzir volume do aterro sanitárioAlguns projetos pretendem auxiliar o tratamento de resíduos de Canoas. São programas para reduzir o montante de lixo do aterro sanitário e ampliar o tratamento de produtos recicláveis. Um deles é o trabalho de compostagem iniciado pela SMTSP há duas semanas, de forma experimental, na Escola Estadual Affonso Charlier, no bairro Harmonia. “O trabalho consiste no recolhimento das podas de árvores da limpeza pública e, após os galhos e folhas serem triturados, o material é colocado sobre o lixo orgânico, ajudando na decomposição, tornando-se adubo”, explicou a acadêmica de Engenharia Química que trabalha na SMTSP, Jullien Schweitzer, frisando que o processo é inodoro. Outro projeto é o Reciplast, que propõe o reaproveitamento de plásticos. O programa aguarda liberação de recursos pelo Ministério das Cidades e ainda não começou. “Esses dois projetos são os que estão engatilhados e devem ser ampliados em um futuro próximo”, observou Jullien.
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Diário de Canoas, 16/07/2007)