O ministro da Agricultura da China, Sun Zhengcai, fez um alerta contra a produção em larga escala de biocombustíveis, argumentando que poderiam reacender a inflação e afetar a segurança alimentar do país, informou o jornal Diário do Povo. "As circunstâncias na China não permitem uma produção em grande escala de biocombustíveis a partir de grãos. É impossível desenvolver energia a partir de produtos agrícolas sem colocar em risco a segurança do setor de grãos", noticiou o jornal citando o ministro.
"O país deveria controlar a produção de etanol fabricado a partir de grãos", acrescentou. Na semana passada, o ministro criticou alguns departamentos do governo e companhias pela falta de coordenação e planejamento para a produção de biocombustíveis, particularmente aqueles produzidos a partir de grãos. Sun disse que desde o segundo semestre do ano passado a oferta apertada de alguns produtos agrícolas levou a um aumento dos preços dos grãos, óleos vegetais e carnes. Os preços dos alimentos, que respondem por cerca de um terço do índice de preços ao consumidor, ajudaram a elevar a inflação em maio para a maior alta em 27 meses. Os preços de suínos na China tiveram uma escalada para um recorde no início deste ano, em parte devido à alta nos preços do milho e a surtos de doenças suínas.
Os óleos vegetais também atingiram máximas de todos os tempos, uma vez que fazendeiros trocaram o plantio de grãos por oleagionsas como a canola. A China enfrenta dificuldades, como a redução na área semeada e fontes de água, para atingir a meta de produção de 500 milhões de toneladas de grãos em 2010, disse Sun. A produção de grãos em 2006 foi estimada em 497,46 milhões de toneladas, alta de 2,8 por cento em relação a 2005.
Este ano trouxe mais desafios, como tempo desfavorável, lavouras atingidas por pragas e a redução de benefícios para os produtores de grãos, ele disse. O ministro afirmou que a China deveria elevar o apoio à produção de oleaginosas, incluindo soja, uma vez que o país tem um grande déficit no suprimento de óleos vegetais. A China tem que importar toda a sua necessidade de óleo de palma e é o maior importador de soja, tendo o Brasil como o principal fornecedor desse grão.
(
Reuters, 16/07/2007)