A mortandade de enxames de abelhas tem preocupado apicultores gaúchos. Há produtores que perderam de 70% a 90% das colméias, intoxicadas pelo uso indiscriminado de agrotóxicos, principalmente nas lavouras de soja. 'Recebemos inúmeros relatos nas últimas semanas', informa o presidente da Federação Apícola do Rio Grande do Sul (Fargs), Aroni Satler.
Uma mistura de formicida com dessecantes, usada nas plantações, tem atingido outras floradas e acaba contaminando os animais. O problema será reportado à Câmara Setorial do Mel, que deve retornar aos trabalhos em breve, segundo informações da Secretaria da Agricultura (Seapa). 'Vamos pedir a adoção de normas para o uso mais racional de defensivos nas lavouras', diz Satler.
A federação também vai solicitar medidas que coibam o contrabando de princípios ativos de países vizinhos, usados sem qualquer critério. As iniciativas, informa o presidente da Fargs, são fundamentais para garantir a atividade dos 15 mil apicultores e das 400 mil colméias gaúchas.
A intoxicação das abelhas gaúchas não está relacionada ao despovoamento de colméias verificado, recentemente, nos Estados Unidos e na Espanha. Lá, explica Satler, são cogitadas outras possibilidades. Uma das hipóteses é o abandono por animais doentes que deixam a colméia para morrer. No Brasil, casos semelhantes foram registrados em Minas Gerais e São Paulo, mas ainda não se sabem as causas.
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Correio do Povo, 16/07/2007)