O inverno gaúcho tem sido particularmente rigoroso para a pecuária de corte. O frio mais intenso que se verifica depois das precipitações, associado ao solo encharcado, impede os animais de deitarem, dificultam ou até mesmo inviabilizam o aproveitamento das pastagens cultivadas, o que aumenta a perda de peso e o emagrecimento das criações. A análise é dos técnicos da Emater/RS-Ascar. A manutenção e/ou ganho de peso só se torna possível nos estabelecimentos que possuem áreas de pastagem cultivada de inverno, em condições de consumo.
Mas as chuvas ocorridas em algumas regiões foram muito importantes, pois o teor de umidade do solo estava bastante baixo, o que dificultava a germinação do trigo. O plantio da cultura, apesar de atrasado em relação ao ano passado, se encaminha para o final. Por enquanto, é bom o padrão da lavoura. O stand de plantas varia de razoável a bom e por enquanto não foram relatados focos significativos de pragas ou doenças fúngicas.
Em algumas regiões, como na de Santa Rosa, as lavouras estavam bastante desuniformes, uma vez que o crescimento inicial das plantas foi lento, prejudicado pela falta de umidade. Na Fronteira Oeste, algumas lavouras tiveram, inclusive, problemas de germinação. Em alguns locais o trigo já se encontra no início do perfilhamento. Práticas como a adubação de cobertura e o controle de invasoras, que já estavam em andamento, estão temporariamente suspensas, mas devem ser retomadas assim que o clima permitir.
A época é de entressafra para a soja, o arroz, o feijão e o milho, que seguem com a comercialização lenta ou estável em todo o Estado. Os sojicultores vendem o estritamente necessário para enfrentar os vencimentos das operações de crédito e aguardam melhores preços. Os preços do arroz seguem baixos em relação às médias históricas, mas, em algumas regiões, apresentaram leve reação se comparados com os da semana passada.
Os valores para o milho também estão estáveis, apesar da boa disponibilidade decorrente da excelente safra, e da pressão de oferta decorrente da colheita da safrinha do Paraná e do Centro Oeste brasileiro. Para os produtores de feijão, a expectativa é de que, se os preços não reagirem, deve haver redução na área de plantio da próxima safra.
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Diário Popular, 16/07/2007)