Do ponto de vista ambiental, o problema da poluição provocado pela queima não é relevante nas análises de projetos petrolíferos em alto-mar. 'Pela lei, nossa avaliação considera os impactos locais de cada empreendimento, mas não olha para efeitos globais, como o efeito estufa', explica o coordenador de licenciamento de projetos de produção de petróleo do Ibama, Guilherme Carvalho. Como as plataformas estão localizadas em alto-mar, longe de centros urbanos e com alto nível de dispersão dos poluentes, a emissão de CO2 tem pouco impacto local.
Estudos do GGFR, porém, estimam que o volume de emissões de CO2 pela queima ou venteio de gás no mundo inteiro representa mais do que a redução de emissões que será provocada por todos os projetos em curso no âmbito do Protocolo de Kyoto. O programa tem por objetivo pelo menos manter os níveis de emissão atuais, mesmo com o crescimento da produção mundial. Há grande preocupação com a Rússia, maior produtor mundial do combustível, e com países africanos, como Nigéria e Angola.
Nove empresas são signatárias do tratado, entre elas as gigantes mundiais Chevron, ExxonMobil, Total e BP. A Petrobrás informa que vem mantendo contato com a coordenação do GGFR e que cumpre a maior parte das normas do grupo. Além disso, afirma que todas as novas plataformas são projetadas para um uso mais eficiente de energia. Após ser criticado por não assinar um acordo pela redução de emissões de carbono no início do mês, o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, propôs a criação de um fórum empresarial global para discutir o tema.
Frase
Guilherme Carvalho - coordenador do Ibama
'Pela lei, nossa avaliação considera os impactos locais de cada empreendimento, mas não olha os efeitos globais, como o efeito estufa'
(
Estado de S. Paulo, 16/07/2007)