A construtora Camargo Corrêa, uma das empresas interessadas em participar dos leilões para a construção das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira, afirma que já está procurando e sendo procurada por diversas empresas para estabelecer parcerias na participação da disputa. O grupo criou, inclusive, uma empresa para estruturar o projeto de participação no leilão.
Segundo João Canellas, diretor da Amazônia Madeira Energética Ltda. (Amel, a empresa criada), entre as empresas interessadas estão produtores de energia independentes, distribuidoras de energia e empresas interessadas em produzir energia para uso próprio.
A expectativa, diz Canellas, é que empresas estatais não participem do leilão, apesar de Furnas Centrais Elétricas, do grupo Eletrobrás, ter feito o estudo de impacto ambiental (EIA) do projeto junto com a Odebrecht. Segundo ele, dessa forma, o processo será mais transparente e a competição mais realista. Em relação ao edital do leilão, que deverá ser publicado no próximo mês, Canellas também aguarda definições sobre o fornecimento de equipamentos especializados pela indústria nacional e a disponibilização de recursos para as empresas.
Apesar de reconhecer as condições apresentadas pelo Instituto Nacional de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na concessão da licença prévia, Canellas diz que essas exigências podem impactar no custo da obra. A empresa ainda estuda esses impactos, mas, segundo o diretor, os pontos que poderão modificar o valor são a extensão da área de preservação para 500 metros e o valor da compensação ambiental, que é um mecanismo financeiro para compensar os efeitos de impactos não mitigáveis (isto é, que não se consegue atenuar) ocorridos quando da implantação de empreendimentos.
Em relação ao custo do megawatt-hora de energia, Canellas explica que ele pode variar muito de acordo com a rentabilidade do projeto e o custo de transmissão. Ele lembra que o leilão não vai tratar da distribuição da energia de Porto Velho para a rede interligada brasileira. “Esse custo de transmissão ainda não foi definido, esperamos que ele chegue no leilão”, afirma.
Sobre o custo total da obra, Canellas diz que o grupo trabalha com base em avaliações fornecidas pelo Ministério de Minas e Energia. A obra está estimada em R$ 20 bilhões.
(Por Sabrina Craide,
Agência Brasil, 15/07/2007)