(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2007-07-16

O alerta é da Agência Internacional de Energia (AIE): uma crescente tendência de nacionalização dos recursos petrolíferos na Rússia pode provocar corte nas despesas com petróleo e gás em todo o mundo, embora a demanda deva aumentar mais do que o esperado em cinco anos.

Ao mesmo tempo, a Shell assinou um acordo estratégico com a companhia petroleira Rosneft, controlada pelo Kremlin, semanas depois de a britânica BP acertar um acordo similar com a também russa Gazprom, empresa estatal de gás. As duas companhias assinalaram que precisam da influência de operadoras locais para se envolver em grandes projetos no país.

A AIE criticou os governos de países produtores de energia por fazerem uso de períodos de alta nos preços do petróleo para acentuar ainda mais seu controle sobre a produção. A crítica vem em um momento em que a AIE ajustou as previsões de crescimento da demanda de petróleo, de 2% para 2,2% anuais nos próximos cinco anos, devido à explosão do consumo nos EUA e na China.

“Não é surpreendente que os consumidores focalizem na diversidade de ofertas, tanto de tipo de combustível quanto de procedência. Isto pode criar um círculo vicioso para o investimento”, afirmou a AIE, consultora de 26 nações industrializadas sediada em Paris, em seu relatório de médio prazo sobre o mercado de petróleo.

O nacionalismo de recursos, em que governos impõem regras mais duras para a independência de companhias petroleiras, forçou a Shell e a BP a abrir mão do controle dos projetos de gás Sakhalin-2 e Kovyhta, na Rússia, enquanto a ConocoPhilips não aceitou um acordo para permanecer na Venezuela.. Mas a AIE também apontou que há exemplos recentes benignos dessa tendência, com o aumento dos impostos nos países do Mar do Norte.

Todos os governos tendem a usar a alta dos preços do petróleo como oportunidade para reverter o fluxo de rendimentos a seu favor, explicou a AIE. O México, por exemplo, nacionalizou sua indústria petroleira nos anos 30 e a Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep), cartel de produtores de petróleo, formou-se na década de 60.

Nações que têm – e usam – a força de seus estoques
Rússia
O Kremlin está usando os recursos energéticos como instrumento político. Ex-integrantes da União Soviética, como a Ucrânia, já sofreram cortes no fornecimento de gás por se oporem a Moscou. As maiores empresas do setor são estatais, como a Gazprom (foto). Operações em grandes áreas produtoras, como Sacalina (no Pacífico) e Sibéria, precisam ser feitas em parceria com empresas russas.

Nigéria
As áreas de produção de petróleo, no leste e no Sul do País, são constantes focos de tensão. Milícias tribais chegam a ocupar instalações e sequestrar estrangeiros ligados ao setor

Venezuela
Hugo Chávez determinou a nacionalização das reservas de petróleo na foz do rio Orinoco. Operações só podem ser feitas em parceria com a estatal PDVSA. A petrolífera norte-americana ConocoPhilips não aceitou o acordo e saiu da região.

Bolívia
Nacionalizou as reservas de petróleo e gás e a infra-estrutura de refino, processamento e distribuição de petróleo. A Petrobras foi obrigada a vender duas refinarias, que foram assumidas pela estatal venezuelana PDVSA

Grandes fazem parcerias na Rússia
Na Rússia, as grandes empresas petrolíferas mundiais estão sendo obrigadas a fazer parcerias com os conglomerados locais. A Shell anunciou o fechamento de um acordo com a Rosneft que determina a implantação de projetos conjuntos entre as duas companhias na Rússia.

A Shell está ansiosa para acessar as grandes reservas que a Rússia oferece, enquanto a Rosneft precisa do tipo de tecnologia que o grupo anglo-holandês pode oferecer. A Shell negou que o acordo foi uma reprimenda à Gazprom, que arrebatou o controle acionário do projeto de US$ 20 bilhões Sakhalin 2, na costa do Pacífico, após alegações de que a operadora não estava cumprindo a licença.

“A Rússia tem um rol de oportunidades diversificado e significante nos quais a Shell pode colaborar.”, afirmou a Shell. Artyom Konchin, analista de petróleo da Aton Capital em Moscou, ressaltou que só o tempo dirá quão significante foi o acordo, mas acredita que ele mostrou que a Shell – assim como a BP – reconheceu que só seria possível fechar projetos multibilionários na Rússia caso desse as mãos às empresas estatais locais.

A AIE alertou em seu relatório que um aumento na capacidade adicional de refino nos próximos cinco anos retardaria esses planos devido à alta nos custos e à escassez de engenheiros. A Opep tem defendido uma política de cortar a produção para manter os preços em níveis altos e ressaltou que um movimento no Ocidente para desenvolver biocombustíveis poderia encorajá-la a cortar mais os investimentos em prospecção de petróleo.
(The Guardian / A Notícia, 15/07/2007)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -