Os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) iniciaram neste domingo (15/07) as tarefas de verificação do fechamento da usina nuclear norte-coreana de Yongbyon, segundo informou o negociador americano nas conversas de seis lados, Christopher Hill, à agência local de notícias "Kyodo".
Os técnicos da AIEA chegaram no sábado a Pyongyang para supervisionar o processo de desnuclearização do regime comunista, poucas horas antes de o Governo de Kim Jong-il comunicar a Washington que tinha fechado seu reator nuclear em Yongbyon.
Hill, que passa o fim de semana no Japão antes de viajar na segunda-feira a Seul para se reunir com seu colega sul-coreano nas negociações nucleares, afirmou que a AIEA acreditava que os trabalhos para ratificar o fechamento de Yongbyon começariam hoje.
"O que a AIEA disse foi que 'nossos meninos começarão a verificação amanhã de manhã', ou seja, hoje", comentou Hill, citando uma conversa com responsáveis deste organismo.
Os dez técnicos da AIEA permanecerão entre duas e três semanas na Coréia do Norte para iniciar as inspeções e preparar o equipamento necessário para controlar o fim do programa nuclear norte-coreano, enquanto dois membros da missão ficarão no país depois desse prazo.
O anúncio do fechamento de Yongbyon é o primeiro passo de Pyongyang rumo à desnuclearização, depois que os norte-coreanos concordaram, em 13 de fevereiro, encerrar seu programa nuclear num prazo de 60 dias, desde que recebessem ajudas energéticas internacionais, após a reunião de seis lados realizada em Pequim.
Além disso, no começo da manhã de sábado chegou ao litoral norte-coreano a primeira carga de petróleo procedente da Coréia do Sul, para compensar o fechamento de Yongbyon.
EUA, Rússia, China, Japão e Coréia do Sul decidiram, em fevereiro, entregar a Pyongyang um milhão de toneladas de combustível em troca do fim de seu programa nuclear.
Para a fase inicial da desnuclearização, os participantes da reunião de seis lados acordaram o retorno dos inspetores à Coréia do Norte, quatro anos e meio depois de Pyongyang os expulsar do país, o fechamento de Yongbyon e o envio de 50 mil toneladas de petróleo ao regime comunista.
(Folha Online, 15/07/2007)