A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse na sexta-feria (13/07), no Rio de Janeiro, que os governos da Bolívia e do Brasil poderão ter uma reunião sobre a construção das usinas do Rio Madeira e os possíveis impactos ambientais da obra sobre o território boliviano.
“O Brasil não rejeita reuniões porque nos sempre apostamos no diálogo como sendo a melhor estratégia”, comentou a ministra “Por isso não vemos obstáculos em nos reunirmos para discutir o assunto. Agora, para que isto ocorra tem que haver base, porque nós não podemos discutir sem embasamento técnico.”
O Itamaraty enviou, há pouco, uma resposta para a carta recebida esta semana em que o governo da Bolívia manifesta preocupação com a obra e pede a realização de estudo do impacto ambiental das hidrelétricas no território boliviano.
Sobre a participação de Furnas como sócia no empreendimento, a ministra disse que o governo também só vai se pronunciar em relação ao assunto quando houver definição sobre o modelo que será adotado no leilão.
“Este é um assunto que requer muita tranqüilidade e objetividade. É preciso primeiro definir a modelagem do leilão – tanto na sua parte de engenharia financeira, como em relação ao modelo de licitação e aos níveis tarifários. A partir dessa definição nós divulgaremos a posição para todos.”
A concessão de licença prévia para as usinas de Santo Antônio e de Jirau foi anunciada na última segunda-feira (09/07) pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O documento permite licitação para a construção das duas hidrelétricas e determina que os vencedores cumpram 33 exigências para a viabilidade ambiental de cada uma das obras. As duas usinas somam 6.450 megawatts de potência prevista – metade de Itaipu, a mais potente do Brasil.
(Por Nielmar de Oliveira, Agência Brasil, 13/07/2007)