O primeiro plantio de girassol em Santa Catarina para a produção de biodiesel não empolgou os produtores.
A expectativa inicial não foi confirmada. A intenção era colher 30 sacas por hectare, com um rendimento bruto de R$ 900, mas não ocorreu.
De acordo com o assessor técnico da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina (Fetaesc), Mario Botega, a média de produtividade por hectare está em 12 a 15 sacas.
- Houve uma quebra de 50%. Um dos motivos foi o excesso de chuva no mês de maio, que prejudicou o desenvolvimento das plantas e propiciou o surgimento de várias doenças. Em virtude disso alguns produtores não cobriram os custos - disse.
É o caso de Simonei Miotto, de Xaxim. Ele plantou oito hectares de girassol, onde esperava faturar R$ 7,2 mil. Descontados o custo de R$ 400 por hectare (R$ 3,2 mil no total), sobrariam R$ 4 mil. Só que a colheita deve atingir 50 sacas no total. O rendimento de R$ 1,5 mil não cobre os custos. Miotto disse que faltou assistência técnica na hora em que apareceram as pragas. Mesmo assim, não desistiu da atividade.
- O girassol é uma boa alternativa. O que precisa melhorar, segundo o agricultor, é a assistência técnica - comentou.
Em todo o Estado, 739 agricultores cultivaram 3 mil hectares em cem municípios através de um projeto da Fetaesc com a Brasil Ecodiesel. Fora do projeto outros 2,2 mil hectares foram plantados. A Brasil Ecodiesel leva a colheita para 12 armazéns alugados em Santa Catarina. Posteriormente esmaga a produção em São Luiz Gonzaga (RS). Cada saca de 60 quilos de girassol rende 24 litros de óleo, que depois é levado para Rosário do Sul (RS) para virar biodiesel.
(Por Darci Debona, Diário Catarinense, 15/07/2007)