As geleiras do noroeste da China derreteram a um ritmo alarmante nos últimos 40 anos, informou a imprensa estatal nesta sexta-feira (13/07). Cientistas chineses consultados responsabilizam o aquecimento global pelo degelo.
Segundo um relatório da Academia Chinesa de Ciências (ACC) publicado pela agência de notícias Nova China, as geleiras da província de Xinjiang (noroeste) diminuíram 20% e as linhas de neve recuaram cerca de 60 metros desde 1964.
A temperatura interior das geleiras de Xinjiang, 42% do total existente no país, aumentou 10% nas últimas duas décadas, indica o estudo.
"O clima quente tem sido a maior causa para o recuo das geleiras", disse o pesquisador Wang Feiting, citado pela Nova China na matéria.
"Como um computador, as geleiras gravam as alterações ecológicas, e o clima quente é a causa da diminuição nas geleiras", afirmou Wang.
De acordo com o pesquisador, o primeiro sinal de alarme surgiu em 1993, quando a maior geleira de Xinjiang, localizada nas montanhas de Tianshan, 3.545 metros acima do nível do mar, se dividiu em duas.
Numa região árida, o degelo destas geleiras, que fornecem água para o resto do país e outras partes da Ásia, poderá provocar cheias, deslizamento de terras e falhas no fornecimento de água para os rios, informa o relatório da ACC.
No ano passado, o especialista Yao Tangdong alertou para o perigo de uma "catástrofe ecológica" no Tibet, com o derretimento, até 2100, da maior parte das geleiras da região do Himalaia, caso não sejam tomadas medidas drásticas.
As geleiras da região montanhosa do Tibet, apelidada de "teto do mundo", derreteram a uma média de 131,4 quilômetros quadrados por ano nas últimas três décadas.
(Lusa, 13/07/2007)