O Irã permitirá que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) inspecione um reator de água pesada em construção na usina de Arak, comunicou nesta sexta-feira (13/07) a entidade, em Viena.
A surpreendente autorização para a inspeção, após meses de disputa entre Teerã e a comunidade internacional, foi o resultado de uma visita do subdiretor da AIEA, Olli Heinonen, ao Irã nesta quarta e quinta-feira.
Na última quinta, Heinonen afirmou que sua equipe havia chegado a um acordo com os dirigentes iranianos sobre "algumas questões", nas negociações sobre o programa nuclear do país, contudo, não deu mais detalhes.
"Já determinamos as prioridades em nossas negociações, e continuaremos as conversas durante as próximas semanas", acrescentou, depois de pedir ao Irã que intensifique sua colaboração com a AIEA, para "fazer desaparecerem as ambigüidades".
O representante da AIEA afirmou que continuará dialogando com o governo iraniano nas "próximas semanas".
Logo após a declaração da AIEA, Yavad Vaedi, assessor do principal negociador iraniano, Ali Larijani, afirmou que em 60 dias o Irã e a AIEA tentarão conseguir um "plano-marco" sobre a solução das "questões pendentes" no caso nuclear.
Na quarta-feira, Vaedi pediu que o Ocidente não tome "medidas que possam estragar a aplicação do ´plano-marco´". A reivindicação fez referência às pressões de algumas potências ocidentais para que o Conselho torne mais rígidas as sanções contra o Irã, pela recusa em suspender o enriquecimento de urânio.
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, considera que o enriquecimento é "um direito do povo iraniano". Na quarta-feira, ele reiterou que seu país defende o diálogo, mas que "não renunciará a seus direitos legítimos".
(Estadão Online, 13/07/2007)