A Agência Nacional das Águas (ANA) apresentou sexta (13/07) um documentário realizado pela jornalista Paula Saldanha sobre a primeira expedição científica de brasileiros e peruanos à região onde nasce o Rio Amazonas, no Peru.
Os pesquisadores já haviam constatado que o Amazonas, e não o Nilo, pode ser considerado o rio mais extenso do planeta. Segundo Paula Saldanha, os estudos começaram há mais de dez anos e "as coordenadas apontaram que os mapas estão atrasados e poderão precisar de mudanças".
Fabrício Alves, especialista em Recursos Hídricos da Agência, participou da expedição no final de maio e disse ser "difícil tirar conclusões nessa primeira experiência, pois temos que analisar o rio em outras circunstâncias". Esses estudos, acrescentou, "são a base para que Brasil e Peru possam ter posições mais definidas sobre a bacia do Amazonas – é diferente das publicações internacionais que temos visto até hoje".
Os pesquisadores analisaram três pontos no Peru considerados como potenciais nascentes do rio: dois localizados no monte Nevado Mismi, e outro no Nevado. Também analisaram a qualidade da água e possíveis efeitos provocados pelo aquecimento global. Segundo Alves, a neve nos montes ficou reduzida ao longo do tempo. “O Brasil tem se sensibilizado que a bacia hidrográfica deve ser estudada com cuidado, para evitar grandes danos no futuro”, disse.
O Ministério das Relações Exteriores vai elaborar um tratado de cooperação científica a ser assinado com o Peru, para dar continuidade aos estudos. Um nova expedição à região onde nasce o Rio Amazonas já está programada para o período de 5 a 15 de setembro, época de seca no local.
Também participaram do estudo pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Instituto Geográfico do Peru.
(Por Aline Bravim, Agência Brasil, 13/07/2007)