O apagão energético argentino ainda não afetou fronteira com Santa Catarina. O Chefe da Inspetoria da Receita Federal em Dionísio Cerqueira, Arnaldo Borteze, disse que não há sinais de mudança na cidade de Bernardo de Irigoyen.
O município argentino, que tem cerca de 10 mil habitantes, faz fronteira seca com o município catarinense de Dionísio Cerqueira, e com a cidade paranaense de Barracão. As três cidades são separadas por ruas e, às vezes, até se confundem.
Borteze entrou em contato com autoridades de Bernardo de Irigoyen e obteve a informação que, tanto o abastecimento de eletricidade, quando o de gás e combustível continua normal.
Inclusive os brasileiros seguem fazendo fila para comprar combustível no lado argentino. Isso porque a gasolina argentina é vendida a R$ 1,52 por litro, quase a metade do que é cobrado no lado brasileiro.
Aos sábados, filas são gigantescas
Aos sábados, a fila de carros brasileiro querendo entrar na Argentina chega a atingir um quilômetro. Borteze disse que a compra é feita no comércio de "formiguinha", não passando pelo pátio da Aduana.
A prefeita de Dionísio Cerqueira, Salete Gnoatto Gonçalves, ratificou a informação de que não há sinais de alteração no abastecimento.
Salete disse que ontem era grande a fila de carros querendo comprar alimentos e abastecer no lado argentino. Como cada peso vale R$ 0,68, os produtos ficam muito mais barato. Além da gasolina, uma garrafa de vinho Trapiche, que custa R$ 14 em supermercados de Chapecó, custa R$ 7 em Bernardo de Irigoyen.
A prefeita de Bernardo de Irigoyen disse que isso prejudica o comércio local. A Câmara de Dirigentes Lojistas de São Miguel do Oeste lançou uma campanha nesta semana para incentivar os consumidores a fazer suas compras na cidade, para movimentar a economia da região.
É uma saída para tentar enfrentar a concorrência dos produtos argentinos.
- Estamos torcendo para uma mudança no câmbio - disse Salete.
Pelo tamanho da crise de energia na Argentina, a população da região está esperando, para qualquer hora, problemas no abastecimento. Os empresários também estão preparados.
(Por Darci Debona, Diário Catarinense, 14/07/2007)