POLÍCIA FEDERAL INDICIA 30 PESSOAS POR EXPLORAÇÃO ILEGAL DE DIAMANTES
2001-11-14
A Polícia Federal vai indiciar cerca de 30 pessoas envolvidas na exploração ilegal de diamantes na área indígena dos cinta-largas, em Rondônia. Na lista estão empresários, políticos e garimpeiros do Estado, beneficiários diretos da extração ilegal. Até hoje, a operação - que se concentra no município de Cacoal -tinha apreendido mais de 200 pedras que seriam contrabandeadas ilegalmente. Segundo fontes da Polícia Federal, mais de dois mil garimpeiros invadiram a área indígena. Os políticos estariam dando cobertura para a extração ilegal e os empresários teriam financiado diretamente a compra de equipamentos, em troca de parcela dos diamantes contrabandeados. A PF vai manter os nomes em sigilo até o indiciamento. Uma autoridade da PF que ajuda nas investigações, que preferiu não ter o nome publicado, disse que há grandes compradores e intermediários nas transações. Todos os garimpeiros terão de deixar a região invadida, uma extensão de 1.450 hectares. A operação na área tem o auxílio da Fundação Nacional do Índio (Funai)e do Ibama. No início do ano, a PF fez uma primeira investida na área e conseguiu retirar centenas de garimpeiros. Mas os investigadores que acompanham a operação admitem que muitos retornaram ao local de exploração ilegal de diamantes. A PF já confiscou mais de 150 toneladas de equipamentos para retirada de diamantes, entre dragas, mangueiras e bombas. Os índios cinta-largas, segundo fontes da PF, estão preocupados com a poluição dos rios na região e já solicitaram à Funai que os garimpeiros sejam retirados. O município de Cacoal fica na chamada região do cinturão viário do Estado e pode comprometer nascentes. Alguns funcionários da Funai e do Ibama estão sendo investigados pela Polícia Federal por outro governo, a transposição das águas do São Francisco. Cabe-lhe também implantar as agências sucedâneas da Sudam e da Sudene. Sua escolha atende ao desejo de FH de manter o PMDB na aliança governista. (Agência Folha)