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trabalho escravo
2007-07-13
Porto Alegre - Três empresas catarinenses, do ramo de exploração de madeira, figuram no cadastro de empregadores flagrados utilizando mão-de-obra em condições semelhantes à escravidão. É a primeira vez que Santa Catarina aparece na chamada "lista suja" do trabalho escravo, divulgada na última terça-feira pelo Ministério do Trabalho.

Em novembro do ano passado, foram autuadas as empresas Cruzado Móveis, Industria Agroflorestal Heyse e Móveis Rueckl. Elas mantinham trabalhadores do corte de pínus em condições de escravidão, na Fazenda Campo Grande, no município de Rio Negrinho, no Norte catarinense. Fiscais da Delegacia Regional do Trabalho resgataram um trabalhador da Rueckl, 19 da Heyse e 17 da Cruzado.

Em agosto de 2006, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) já havia publicado o decreto de desapropriação da fazenda, que possui 1,3 mil hectares. O assentamento foi criado no mês passado.

O Rio Grande do Sul é o outro estado da região Sul que possui um empregador na “lista suja’. Trata-se de um empresário rural de Caxias do Sul, flagrado em maio de 2005 mantendo 35 trabalhadores sem carteira assinada, sem descanso semanal e ainda sob ameaças de um capataz, numa fazenda em São Francisco de Paula. O Pará segue sendo o Estado com maior número de empregadores relacionados. Ao todo, são 52, o que corresponde a 27% do total.
 
Criado em 2003 e atualizado a cada semestre, o cadastro só traz o nome de empregadores após o final de um processo administrativo do Ministério do Trabalho. A exclusão da lista depende do monitoramento da fazenda por dois anos. Diversas empresas brasileiras já se comprometeram a não realizar negócios com quem figurar na lista. A existência de trabalho escravo em uma propriedade rural é um dos critérios que permitem a desapropriação de uma fazenda para fins de reforma agrária.

(Por Luiz Renato Almeida, Agência Chasque, 12/07/2007) 

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