A Corsan segue sendo o tema central das discussões do prefeito de Cachoeira do Sul, Marlon Santos, com seus conselheiros informais. Na manhã de ontem, uma das mais geladas deste inverno (menos um grau), o grupo voltou a se reunir e analisou a minuta do contrato a ser renovado entre a estatal com o município. Encasacados, os 16 conselheiros presentes torceram o nariz para a forma de destinação dos cerca de R$ 320 mil mensais que a companhia promete para Cachoeira. “O valor tinha de ser fixo e não conforme a Corsan está propondo, com percentuais de seu faturamento na cidade”, opinou o agropecuarista Vitor Leite. “Esta estimativa de R$ 320 mil mensais pode virar R$ 100 mil e a prefeitura terá de aguentar calada, pois aceitou os referidos percentuais”, emendou o conselheiro João Schneider.
“Esta história de destinar 100% das taxas arrecadadas em Cachoeira para o fundo é uma fria, pois o dinheiro (estimado em R$ 157 mil mensais) será cobrado dos contribuintes que moram onde passa rede de esgoto e que não usufruem do serviço”, alertou o empresário Paulo Sanmartin. O procurador do município, Júlio Mahfus, concordou com o conselheiro e explanou sobre o que o prefeito Marlon classifica de “esperteza da Corsan”. E meio à quente discussão que iniciou às 7h30min, abaixo de zero grau, Sanmartin tirou o casaco e a manta. “A Corsan é fogo. Fiquei até com calor”, brincou o empresário. Já a diretora do Senac/Cachoeira, Mara Zuraski, comentou que se a prefeitura renovar o contrato com a Corsan, será por motivos políticos. Ela é a favor de que a Prefeitura terceirize o serviço de abastecimento de água no município.
PropostaSeguindo a orientação de seus conselheiros informais, o prefeito Marlon informou que vai propor à Corsan que destine R$ 320 mil por mês a Cachoeira, valor que será reajustado junto e no mesmo percentual do aumento da água. A proposta da Corsan é de dar 5% da arrecadação do serviço de água, 70% do de esgoto e 100% das taxas (basicamente ligações de esgoto em residências em que a rede passa, mas o serviço não é utilizado). Marlon pretende anunciar na reunião do conselhão da semana que vem a resposta da estatal sobre o pedido a ser apresentado hoje. O faturamento médio mensal da Corsan em Cachoeira é de R$ 1,3 milhões, conforme divulgado pela estatal ao Município.
Agenda Na próxima quinta-feira, às 7h30min, o conselhão volta a se reunir. Os temas do encontro serão Corsan e saúde pública. Marlon convidará um representante de empresa privada que trabalha com serviço de abastecimento de água para este encontro, impulsionando a proposta de rompimento do município com a Corsan.
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Jornal do Povo, 13/07/2007)