Organizações de defesa do Meio Ambiente na Bolívia questionaram a decisão do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente) de conceder uma licença preliminar para a construção de duas centrais hidrelétricas na fronteira com o Rio Madeira.
O governo de La Paz já fez um apelo ao Brasil para suspender o projeto.
As organizações não-governamentais Foro Boliviano de Meio Ambiente e a Liga de Defesa do Meio Ambiente disseram nesta quinta-feira (12/07) que estão preocupadas com a eventual instalação de duas usinas em Santo Antonio (de 3.150 MW), que deve ser licitada em outubro, e Jirau (3.300 MW), no início de 2008.
"Estamos conscientes de que as duas represas podem ter tremendos impactos locais, como a inundação das florestas e terras usadas pelas comunidades locais ou efeitos sobre várias espécies de peixes que são base de sustento das populações", afirmou a Liga, em comunicado divulgado nesta quinta-feira.
A construção das hidroelétricas de Santo Antônio Jirau é um dos principais projetos PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), apresentado no ano passado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O Rio Madeira é um dos principais afluentes do Amazonas e nasce da união dos rios Beni e Mamoré, na Bolívia, marcando a fronteira entre os dois países.
O Brasil ainda estuda uma possível reunião com a Bolívia para discutir a autorização ambiental, concedida na última terça-feira, para a construção de duas usinas.
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France Presse / Folha Online, 12/07/2007)