Equipes da Secretaria do Estado de Meio Ambiente (Sema) estão cumprindo, em 20 municípios do Nortão, mandados judiciais de lacre de indústrias madeireiras investigadas por envolvimento em fraudes na comercialização de madeira. O esquema, que culminou na operação Guilhotina, teria resultado na retirada e comercialização ilegal de 83.161,077 metros cúbicos de madeira, rendendo aos fraudadores um lucro, aproximado, de R$ 58 milhões.
A operação, sob o comando da Superintendência de Ações Descentralizadas da Sema, começou ontem. Cerca de 101 empresas devem ser fechadas em Sinop, Nova Mutum, Juara, Feliz Natal, Marcelândia, Paranaíta, Juína, Terra Nova do Norte, entre outros municípios, segundo Célio Nogueira Cunha.
Pelo esquema, os planos de manejo eram aprovados em cerca de 20 dias, quando o prazo normal era de 90 dias. Em alguns casos a autorização de exploração florestal e/ou manejo florestal eram obtidos e a área respectiva sequer explorada. Em outros a autorização de desmate era obtida de forma fraudulenta, com uso de documentos falsos. Há casos também de projeto de exploração florestal em que a área foi declarada como sendo de floresta e, após a vistoria, constatou-se tratar, na realidade, de cerrado.
Na semana passada, 40 pessoas foram presas e interrogadas. Entre elas empresários, engenheiros e servidores da própria Sema. Apenas quatro permanecem presos em Cuiabá. Esta semana a polícia também deve começar o interrogatório de madeireiros investigados por adquirir a madeira explorada ilegalmente.
(Por Tania Rauber,
Só Notícias, 12/07/2007)