Deputados federais que representam os Estados do Norte no Congresso Nacional revelam preocupação com a "falta de atenção" do poder público nos investimentos destinados a pesquisas para a exploração da biodiversidade e reservas minerais na Amazônia. Cobranças por mais condições orçamentárias foram feitas pelos parlamentares dos mais diversos partidos durante a 59ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para Progresso da Ciência (SBPC), que acontece em Belém (PA), com o tema "Amazônia: Desafio Nacional".
O Fundo de Desenvolvimento da Amazônia hoje é atendido com apenas 1,5% dos recursos à disposição da recém-efetivada Sudam.
O então presidente da SBPC, o professor Ênio Candotti, disse no encontro que as pesquisas exigem um investimento de, no mínimo, 10% do orçamento total dispensado á Superintendência para o Desenvolvimento da Amazônia. "É incompreensível que a pesquisa dirigida a conhecer melhor este potencial não tenha a devida atenção e apoio dos órgãos federais", disse a deputada Perpétua Almeida em pronunciamento durante sessão na Câmara Federal, na manhã desta quarta-feira.
A deputada, que compôs grupos de trabalho, mesas-redondas, simpósios e conferências na última terça-feira, em Belém, informou que a bancada amazônica no Parlamento Nacional irá propor a adoção de um Plano Nacional de Crescimento (PAC) específico capaz de contemplar os Estados do Norte brasileiro com financiamento público para pesquisas, considerando as diretrizes do Programa Amazônia Sustentável.
Por sugestão de Perpétua Almeida, será elaborado um documento final com todos os encaminhamentos para apresentar ao presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia, aos membros das comissões de Ciência e Tecnologia, da Amazônia, e ao presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva. Mestres, doutores e demais membros da comunidade científica foram convidados a reforçar uma agenda política com o objetivo de levar ao governo preocupação do parlamento com o futuro da Amazônia, suas riquezas e os crimes ambientais em curso. O PAC Amazônico será cobrado por meio de Matéria Legislativa sugerindo que os recursos alocados pelo governo, considerados insuficientes para atender as necessidades, sejam repensados.
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Página 20, 12/07/2007)